O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC) lançou oficialmente nesta quarta-feira, durante uma solenidade na sede do tribunal em Florianópolis, a primeira campanha estadual focada no incentivo à inserção e participação ativa da mulher na política. A cerimônia contou com a presença de deputadas estaduais, juízas, juízes, do presidente do TRE-SC, desembargador Antônio do Rêgo Monteiro Rocha, além de professoras, estudiosas da área e inúmeras convidadas representando os mais diversos setores da sociedade.
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Com o mote “Mulheres na Política. Elas podem. O país precisa”, a campanha antecipa o período eleitoral do ano que vem, já que um ano antes de ao período eleitoral é encerrado o prazo para mudanças de domicílio eleitoral e, seis meses antes, termina o prazo para novas filiações partidárias. Ano passado, às vésperas do início da campanha dos candidatos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vinculou em rádios e rede de televisão uma tímida propagando mencionando a mulher na política.
Este ano, no entanto, o TRE-SE já recebeu do TSE um ofício solicitando que o tribunal repasse o material institucional da atual campanha para que outras praças também possam vincular o conteúdo.
— Acredito que a campanha é um dos passos (para incentivar a participação da mulher na polícia). Existe reserva de fundo partidário para que os partidos incentivem a participação das mulheres, existe a cota para a participação nas candidaturas e, agora, na reforma política, se Deus quiser que passe com essa parte, é que preservem cargos e não apenas a possibilidade de participar como candidatas — citou antes do início da solenidade o diretor da Escola Judiciária Eleitoral de SC, desembargador Jaime Ramos.

8% dos cargos para prefeito são ocupados por mulheres em SC
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Durante a solenidade, foram apresentados também o vídeo e a cartilha da campanha. No material impresso, constam alguns dados da representatividade da mulher na política nos últimos anos. Entre os dados, está o número de prefeitas em Santa Catarina desde as eleições de 2000. Apesar de crescentes, os percentuais ainda fica aquém do seria o ideal.
Enquanto há sete anos apenas 2% das mulheres eram chefes municipais, em 2016 esse número subiu para 8%. Na Câmara dos Deputados, a representação feminina é de 10,7% e no Senado é de 14,8%. Atualmente, o Brasil é o 154º país no ranking de mulheres no parlamento.
— O correto é falar e pensar: ‘como encorajar a mulher na política’. Porque com o cenário que está, as pessoas não estão acreditando na candidatura das mulheres. Elas estão ali muito mais como laranjas, só para preencher as cotas, mas elas precisam ser estimuladas, sim. São muitos séculos de uma cultura que ensinou as mulheres a não aparece em público, a se reservar, ser recatada, não se expressar. Políticas públicas são muito importantes para tentar mudar isso, além de dar amparo, treino e apoio — explica a Joana Maria Pedro, professora de história da UFSC e convidada especial da solenidade desta quarta-feira.
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