Mulheres que passaram por tratamentos de fertilização estão quatro vezes mais propensas a ter um bebê prematuro do que as que concebem naturalmente, diz um estudo publicado esta semana.
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Há algum tempo, sabe-se que há um maior risco de que um bebê concebido por fertilização in vitro (em que óvulos e espermatozoides são unidos em um tubo de ensaio) ou Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide (em que o espermatozoide é injetado no óvulo) nasça antes do tempo. Mas estudos anteriores não haviam mostrado o índice de morte de bebês.
Pesquisadores dizem que mulheres que se submeteram a tratamentos de fertilidade não devem ficar ansiosas indevidamente. Kirsten Wisborg, que liderou o estudo, disse:
– O risco de parto prematuro ainda é muito pequeno depois de um desses procedimentos. Nós não sabemos se o aumento no risco é devido ao tratamento de fertilização ou a fatores referentes ao casal que se submeteu aos procedimentos.
A diferença de quatro vezes foi entre mulheres que fizeram tanto fertilização como injeção intracitoplasmática e as que conceberam ou naturalmente ou através de outros métodos, como estimulação de óvulos através da ingestão de hormônios.
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O estudo, publicado no jornal Human Reproduction, envolveu mais de 20 mil gestações únicas na Dinamarca. Destas, 82% foram concebidas naturalmente dentro de 12 meses e 10% após um ano ou mais de tentativas. Do resto, 4% foram concebidas após um dos procedimentos citados acima e 4% após outros tratamentos de fertilização.
Foram registrados 86 prematuros, gerando um risco geral de 4,3 a cada mil gravidezes.
Mas o risco de prematuridade em mulheres que tinham passado por fertilização in vitro ou injeção intracitoplasmática de espermatozoide foi significativamente maior, de 26,2 a cada mil.
– Especulou-se que o maior risco de eventos adversos em reprodução assistida poderia estar relacionado à infertilidade. No entanto, constatamos que o risco era similar entre casais subférteis, mulheres que passaram por outros tratamentos e casais férteis. Isso pode indicar que o risco maior de prematuridade não é explicado pela infertilidade, e pode ser atribuído a outros fatores, como a tecnologia envolvida na fertilização ou alguma diferença fisiológica nos casais que requisitaram os procedimentos – esclareceu Wisborg.