Fazer uma sessão de fisioterapia requer muita paciência. Os exercícios repetitivos são fundamentais para a recuperação ou reabilitação de pessoas com dificuldades de locomoção ou de movimento de algum membro do corpo. Por isso, as terapias assistidas por animais estão ganhando cada vez mais força entre os especialistas.

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Uma parceria entre a Univali e a Associação Pequenos Doutores faz esse trabalho em Itajaí, iniciado há duas semanas e que já tem quatro pacientes. São dois cachorros que fazem o papel de “doutores”, a Tuca, um labrador, e a Cacau, um vira-lata misturado com labrador.

A primeira já está treinada, veio de um canil especializado em São Paulo e mora com a bióloga e diretora da associação, Maria Paula Mellito da Silveira. A segunda ainda está em treinamento e vem de uma voluntária que emprestará o animal alguns dias para o pessoal do tratamento.

– Existem vários estudos que mostram que a terapia assistida de animais melhora consideravelmente a situação dos pacientes – explica Maria Paula.

É o caso de Diego Willian de Souza, de 20 anos. Ele perdeu parte da perna direita e tem a Tuca como companheira de terapia para se acostumar a caminhar com a prótese.

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– Comecei há duas semanas e fiz duas vezes, mas já deu para sentir a diferença. Como gosto muito de cachorro e também tenho em casa, fica mais fácil de fazer as sessões de fisioterapia – diz o jovem.

Diego é o único dos quatro atuais pacientes que é adulto. Os outros três são crianças com problemas neurológicos que impedem o movimento de algum membro.

– Temos um paciente com dificuldade nas mãos e a tarefa dele é escovar a Tuca. Outro com um problema parecido joga a bolinha para a cachorra pegar. Essa interação é superpositiva tanto para o paciente e para o animal também, já que existem pesquisas que mostram que, aplicando o tratamento de maneira correta, o cachorro também é bastante beneficiado – comenta a bióloga.

Seu bichinho pode ser voluntário

Se você tem um cachorro dócil e que se relaciona bem com as pessoas, pode fazer com que ele seja um voluntário da Associação de Pequenos Doutores. A entidade tem o apoio de um adestrador e de um veterinário, que treinam o animal e o analisam para ver se ele tem condições de participar do tratamento.

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– O cachorro que interage melhor com crianças do que com idosos, só irá com crianças, e vice-versa – explicou Maria Paula.

A bióloga contou que não existe uma raça ou tamanho específico de cachorro para participar do projeto. A Cacau, que é uma vira-lata misturada com labrador, foi encontrada magra e abandonada em um sítio, em outubro do ano passado. A cachorra foi adotada pela bióloga Ariana Weber, que faz parte dos Pequenos Doutores.

– A Cacau é muito dócil, quer atenção e gosta das pessoas. Ela tem o perfil ideal para participar da terapia – explica a dona.

A cada três meses, os animais passam por avaliação veterinária, pois precisam estar sempre saudáveis e não podem ser prejudicados com o tratamento. Por isso que atualmente o projeto só atende a quatro pessoas, pois o animal não pode se sentir sobrecarregado. O projeto atualmente tem a participação de alunos dos cursos de fisioterapia e ciências biológicas. Quem quiser participar deve se inscrever pelo e-mail contato@pequenosdoutores.com.br.

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