Uma suposta organização criminosa responsável pelo transporte clandestino de passageiros está sendo investigada pela Polícia Civil do Paraná. O grupo estaria envolvido no acidente que matou 19 pessoas na BR-376, na serra entre o PR e Santa Catarina em janeiro deste ano. O ônibus de turismo levava passageiros de Ananindeua (PA) com destino a Balneário Camboriú e São José. Ele descia em direção a Santa Catarina, quando saiu da pista e tombou.
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A operação deflagrada nesta segunda-feira (25), exatamente quatro meses após o acidente, está cumprindo 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de Belém e Ananindeua, no estado do Pará, e em Florianópolis e São José, em Santa Catarina. A ação envolve policiais civis dos três estados.
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Conforme a perícia da Polícia Científica do Paraná, o motorista do ônibus estava dirigindo em alta velocidade e o freio estava funcionando parcialmente no momento do acidente. Além disso, a falta de manutenção adequada do veículo foi uma das causas determinantes para o tombamento, segundo a polícia.
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– Diversos depoimentos das vítimas sobreviventes e de parentes das vítimas fatais deixaram claro que o motorista, durante boa parte do trajeto, adotou uma conduta irresponsável e agressiva durante a condução. Os relatos são confirmados pelos laudos periciais, que também apontam excesso de velocidade durante o trajeto, chegando o veículo a atingir a velocidade de 114 km/h minutos antes do acidente, e aproximadamente 250 metros antes da mureta de contenção o veículo estava com velocidade de 96 km/h, mais de 50% do que o permitido na via – explicou o delegado Edgar Santana, responsável pela investigação no Paraná.

Ainda de acordo com a polícia, os dados da viagem informados à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) não correspondiam à realidade. Por isso, a investigação aponta que não se tratava de uma viagem sob a modalidade de fretamento turístico ou fretamento eventual, e sim de transporte clandestino de passageiros.
Para o delegado, a conduta da empresa se encaixa nos crimes de usurpação de função pública e organização criminosa, com penas que podem chegar a 13 anos de prisão.
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