Crescemos em uma sociedade em que o cabelo liso era visto como padrão de beleza. Hoje, as mulheres encontram mais apoio e segurança para serem o que quiserem ser, e tudo começa na cabeça. A transição capilar, geralmente, tem o objetivo de transformar um cabelo quimicamente modificado em natural.

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“É o período de crescimento dos cabelos até o corte total da parte com química, seja alisamentos, progressivas, permanentes ou relaxamentos”, explica Daniela Lisboa de Carvalho, cabeleireira especializada em style e cortes em cabelos crespos e colunista do portal Encrespa Geral.

Para a influenciadora digital Ludmila Reis, que passou pelo processo, a transição é o período em que se deixa o cabelo voltar à curvatura natural, sem usar nenhuma química de transformação.

Primeiro passo da transição

O primeiro passo para a transição é ter certeza de que é isso que você realmente quer. “Eu gostaria de reiterar que não me arrependo de ter feito progressiva durantes três anos em meu cabelo. Era importante para mim, aos 15 anos, ser como minhas amigas e ter cabelo liso. Foi assim que construí minha autoconfiança e tive forças para tomar esta decisão”, analisa a estudante Sofia Motta.

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Ela decidiu passar pela transição aos 18 anos. “Eu já não me reconhecia nos cabelos alisados há muito tempo e, sair da escola e me descobrir enquanto uma menina independente e empoderada, me fez querer ainda mais dar vida ao meu cabelo”, orgulha-se.

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A influenciadora digital Ludmila Reis também passou pela transição capilar
A influenciadora digital Ludmila Reis também passou pela transição capilar (Foto: Acervo Ludmila Reis)

Aceitando os processos

A influenciadora digital Ludmila Reis, destaca a importância de se aceitar e aceitar os processos que o cabelo irá passar. “Internamente, fortaleça a sua autoestima, tenha em mente que você é muito mais que o seu cabelo e que a transição é só uma fase, vai passar. Externamente, não tenha medo nem vergonha do seu cabelo em transição, as duas texturas fazem parte desse processo. Use e abuse de penteados e acessórios, isso ajuda muito a dar uma cara nova ao cabelo”, indica.

Formas de passar pela transição

De acordo com a cabeleireira Juliana Carvalho, do CO.CA – Coletivo Cabeças –, a transição pode ocorrer de duas formas. “De forma natural, ou seja, conforme o novo cabelo vai surgindo, ele vai se misturando ao cabelo com química, e não são feitos novos processos de alisamento ou relaxamento. O volume é controlado com produtos, para as duas estruturas ficarem harmônicas”, explica.

Ainda segundo a profissional, também é possível passar pela transição de forma mecânica, em que “é realizado um corte, na emenda do cabelo natural com o cabelo que antes era alisado, ou ainda, pode ser feito um corte com máquina, retirando todo o cabelo alisado, abrindo espaço para o novo cabelo natural”.

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> Por que desisti da transição capilar?

Seja o que você quiser!

Se libertar da chapinha, secador e até mesmo da imposição social é um processo demorado. Até alcançar o formato desejado, você vai precisar ter paciência ou fazer uma mudança brusca de vez. O tempo da transição depende de cada pessoa, de acordo com o crescimento do cabelo, que gira em torno de 1 a 1,5 cm por mês.

“As químicas de alisamento e relaxamento não costumam sair do cabelo, pois são mudanças estruturais, ou seja, apenas quando o cabelo é cortado que elas saem. Ou melhor, saem da cabeça, mas permanecem no fio, por isso o ‘Big Chop’ é uma opção legal, pois toda química é retirada e começa o crescimento do zero”, explica Tetê Sartini, cabeleireira do CO.CA.

Big Chop

O Big Chop, também conhecido como BC, é o corte capilar que finaliza a transição. “Se você está segura e consegue cortar o cabelo sozinha, você mesma pode fazer o seu BC. Foi o que aconteceu no meu caso, eu tinha segurança para cortar o meu cabelo e queria que aquele momento fosse todo meu, sozinha. Então foi assim que eu finalizei a minha transição. Mas para quem prefere não se arriscar sozinha, escolha um profissional com boas recomendações”, recomenda Ludmila Reis.

Para quem não quer cortar o cabelo todo de uma vez, existem cortes específicos para o período de transição, em que a diferença entre as estruturas não fica tão evidente. Além disso, há produtos finalizadores como leave-in e espumas, que ajudam a harmonizar os fios.

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É importante hidratar os cabelos

Durante a transição é fundamental manter os cabelos sempre hidratados. “Assim como um cabelo natural necessita de cuidados, o cabelo em transição capilar também, porém, dependendo da química que o cabelo possui, ele se torna ‘impermeável’ a tratamentos, funcionando apenas na parte natural do cabelo. Cuidados com produtos específicos, tanto no salão quanto em casa, são de suma importância”, recomenda a cabeleireira Daniela Lisboa de Carvalho.

Para a influenciadora digital Ludmila, é importante cuidar como se o cabelo já estivesse todo natural. “Hidrate muito e, na hora de finalizar, faça fitagem. Mesmo que a parte alisada do cabelo não se torne natural com a fitagem, ela ajuda a estimular a definição da parte natural que está crescendo. Após a finalização, aperte o cabelo de baixo para cima e deixe secar naturalmente”, indica. A hidratação também vai ajudar a manter os fios brilhantes, resistentes e saudáveis.

*Por Matilde Freitas

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