A transferência de pacientes com Covid-19 que esperam em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) por vagas em hospitais tem levado até cinco dias em Florianópolis. A demora atinge tanto pacientes que precisam de tratamento em leitos em UTI quanto na enfermaria.
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A situação foi relatada pela prefeitura de Florianópolis em ofício ao governo do Estado no último dia 19. Segundo o município, a demora para conseguir vagas resulta em “pioras graves no quadro clínico ou então óbito”. Uma resolução de 2014 do Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que pacientes só podem ficar um dia internados dentro das estruturas como as UPAs.
“Demonstramos nossa preocupação com o agravamento destes pacientes ficando em nossas unidades sem o tratamento necessário que se dá apenas em nível hospitalar e não em unidades de pronto atendimento, onde sabidamente os pacientes devam ficar no máximo 24h”, argumentou o município em um trecho do documento.
A dificuldade na transferência de pacientes por conta de hospitais cheios já havia sido alertada pela organização social que administra o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A entidade chegou a indicar um risco de que as ambulâncias ficassem paradas nas UPAs.
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A região da Grande Florianópolis tinha 61 pedidos de transferência de pacientes para leitos em UTI até a noite desta terça-feira (23). No estado, o número chegou a 337.
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O que diz o Estado
O governo do Estado informou em nota que todas as pessoas recebem atendimento e que possui estrutura robusta de atendimento pré-hospitalar fixo e móvel, que seria capaz de atender os pacientes. A resposta, no entanto, não abordou o fato de os pacientes estarem internados em UPAs por mais tempo que o recomendado.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) também afirmou que desde o início da gestão da pandemia, o número de leitos de UTIs ativos no Estado passou de 546 para mais de 1,5 mil.
“Esse esforço pela abertura de novos leitos se mantém permanentemente, tanto que, nos últimos meses, foram pactuados mais de 693 novos leitos clínicos e mais de 453 leitos de UTI em Santa Catarina. Atualmente, a ocupação dos leitos de enfermaria SUS Covid é de 67%, ou seja, dos 2.445 existentes, 726 estão livres, não havendo falta de leitos de enfermaria/clínicos em Santa Catarina”, disse o governo do Estado.
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Já as UTIs tinham taxa de ocupação de 96% até a segunda-feira, considerando UTI geral e UTI Covid.
Até esta terça-feira (23), Santa Catarina contabilizava 774.409 casos confirmados de Covid-19 desde o início da pandemia, com 9.833 mortes. O Estado registrou nesta terça o maior número diário de mortes, com 182 óbitos em 24 horas.
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