Todo mundo se arruma para ir a uma festa, seja na balada semanal ou um grande casamento, e quando escolhe o modelo quer seguir o dress code da celebração: belos vestidos e ternos alinhados para uma formatura, roupas confortáveis e descoladas para um show, abadá para a micareta… E trajes típicos germânicos para a Oktoberfest. Muito além de benefícios como desconto no ingresso e entrada gratuita, quem investe em uma roupa característica para prestigiar a festa mais alemã dos trópicos quer aproveitar a oportunidade de celebrar o evento de forma integral.
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É o caso do entregador blumenauense Roberto Glaser, 64 anos, que conta nunca ter perdido uma edição de Oktober ou Sommerfest (a edição do verão). Acompanhado pela esposa Catarina, 59, e pelo neto Eduardo Schmidt, 8, todos tipicamente trajados, ele conta que nem cogita participar da festa com outro figurino.
– Eu venho todo dia e tem que ser com o traje típico, é uma coisa que faz parte da festa. Só teve uma vez, até foi na Sommerfest, que eu vim com uma roupa normal e os amigos falaram “Ué, veio sem roupa?”- diverte-se, enquanto Catarina e o pequeno Eduardo rodopiam pela pista de dança.
Glaser também acredita que o traje faz a alegria dos turistas, que para ele fazem questão de estar a caráter:
– Eu conversei com muita gente de fora, de São Paulo, de Minas Gerais, e eles usam bastante, porque entram no clima da festa, e tem muito jovem também.
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Crescimento gradual
A organização da festa também acredita que, ao longo dos anos, as pessoas estão usando mais os trajes germânicos. O secretário de Turismo e presidente do Parque Vila Germânica, Ricardo Stodieck, afirma que este aumento é visível e, claro, positivo para a festa, que na opinião dele fica mais bonita quando os visitantes estão trajados.
Sobre os motivos que explicam o crescimento, Stodieck avalia como um conjunto de fatores que somam, principalmente, a tradição e os benefícios:
– Tem a família, a pessoa que investe no traje e não é só pela gratuidade, mas também tem quem compra para ter o benefício, e a lei é para isso mesmo, para incentivar o uso do traje. Mas é claro que tem a questão comportamental. A Oktober está se voltando à tradição, então é um misto de tudo isso. Rose Otte, fabricante de trajes típicos há uma década, explica que todos os anos há um leve aumento na procura e que o público está mais diverso.
– A juventude aderiu bem, e como eu faço sob medida, todo ano a gente já pede para o pessoal procurar antes. Eu sempre aviso que não adianta deixar pra vir em agosto porque vai ficar sem – revela, esclarecendo que os trajes feitos em Blumenau e região são adaptações dos trajes típicos da região da Bavária para o nosso clima e até estilo, mas seguem regras de etiqueta e vestimenta:
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– As pessoas que procuram o nosso ateliê querem resgatar uma cultura, uma tradição, não vêm pela gratuidade.
Para o coordenador do curso de Design de Moda da Unifebe, Rodrigo Zen, o crescimento do uso dos trajes, principalmente pelos jovens, está longe de ser uma “modinha”:
– É um comportamento dessa nova geração que tem uma memória afetiva e valoriza aspectos da cultura do local onde nasceu e foi criada. É uma questão de pertencimento.
Descontos impulsionam uso do traje
Integrantes do grupo folclórico Germânia, o casal Elis Naiara Berri Carraro, 27 anos, e Giovanni Paulo Carraro, 35, está sempre com seus trajes típicos, mesmo nos dias em que não se apresentam. A impressão deles é que, mesmo com os benefícios, o uso dos trajes diminuiu. Apesar disso, consideram que usar as vestes típicas é uma boa maneira de economizar na hora de ir à festa, já que em muitos dias a ida à Oktober pode se tornar um programa caro.
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– E apesar de ficar mais quente, principalmente quando a festa está cheia, é bem mais divertido – garante Elis.
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Os benefícios
Quem quiser curtir a festa de traje típico pode economizar para investir no chope, mas tem que seguir as regras. Confira os benefícios:
1 – Entrada gratuita de domingo a quarta-feira, exceto véspera de feriado e feriado.
2 – Meia-entrada de quinta-feira a sábado, véspera de feriado e feriado.