Parentes das vítimas holandesas do voo MH17, abatido em 2014 no leste da Ucrânia em guerra, pediram ao primeiro-ministro Mark Rutte que lidere uma campanha internacional pela obtenção de imagens de radar potencialmente úteis à investigação penal.
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A queda do avião aconteceu em 14 de julho de 2014.
Dois terços dos 298 mortos a bordo do Boeing 777 da Malaysia Airlines, no trajeto Amsterdã-Kuala Lumpur, eram holandeses.
Em outubro passado, uma investigação internacional sobre as causas da queda, coordenada pelo Escritório Holandês de Investigação para a Segurança (OVV), revelou que a aeronave foi atingida por um míssil terra-ar do tipo BUK, de fabricação russa. O artefato teria sido lançado de uma zona sob controle de separatistas pró-Moscou.
Em paralelo, uma investigação penal realizada pela Holanda está em curso para identificar os responsáveis, mas vários especialistas duvidam de que os autores do ataque sejam algum dia presos e processados.
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Na carta enviada ontem ao premiê Mark Rutte e publicada hoje pela imprensa local, 18 famílias afirmam se chocar com o fato de que nenhuma imagem de radar primária – ucraniana, ou russa – tenha sido fornecida aos investigadores.
“Não podemos aceitar que se recusem a fornecer informações cruciais”, declararam as famílias, pedindo que imagens sejam divulgadas “no âmbito da ONU e da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci)”.
Os autores da carta consideram “pouco críveis” as explicações da Ucrânia, que afirma que seu radar para Aviação Civil estava apagado no momento da catástrofe. Além disso, classificam de “bizarras” as declarações da Rússia, que disse não ter conservado as imagens, porque se referiam a uma área fora do território russo.
As famílias afirmam ainda que tampouco entendem por que os Estados Unidos não forneceram imagens.
Kiev e os EUA afirmam que o avião foi abatido por separatistas pró-russos apoiados por Moscou. O Kremlin nega e acusa as forças ucranianas.
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