Tragédia do RS já está entre maiores desastres naturais do Brasil; veja lista
Cheias no RS estão entre episódios com mais mortes no país envolvendo chuvas e deslizamentos, ao lado de casos no Rio de Janeiro e da calamidade de 2008 em SC
Chuvas e deslizamentos na região serrana do Rio de Janeiro, em Santa Catarina e atual cheia no Rio Grande do Sul estão entre desastres naturais com mais mortes no país
As chuvas e inundações que castigam o Rio Grande do Sul há mais de duas semanas já causaram a morte de 147 pessoas até a tarde desta terça-feira (14), além de mais de uma centena de desaparecidos. Os números colocam a tragédia no estado gaúcho em uma triste lista de enchentes e deslizamentos com maiores números de mortos do país.
As fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, em 2011, ainda são o episódio de desastre natural com mais mortes. Foram 918 vidas perdidas e mais de 300 desaparecidos em razão doo fenômeno e inúmeros deslizamentos registrados em cidades como Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.
A cidade de Petrópolis, aliás, voltou a sofrer com um episódio semelhante há apenas dois anos, quando chuvas e deslizamentos em série deixaram 235 mortos na cidade. Ao lado de cheias da década de 1960 no litoral de São Paulo, no Rio de Janeiro e em Pernambuco, esses são os episódios com maiores números de vítimas. Em seguida, no entanto, estão as cheias que atingem o Rio Grande do Sul.
A lista também inclui a calamidade de novembro de 2008, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O episódio que teve enchentes severas em Blumenau e Itajaí, onde mais de 80% da cidade foi atingida, e deslizamentos em diversos pontos de Blumenau, Gaspar e Ilhota, resultou em 135 mortes e é considerado até hoje a maior catástrofe natural do Estado.
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Os episódios mais recentes estão incluídos também no Atlas Digital de Desastres no Brasil, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que reúne dados de 1991 a 2022. O levantamento da pasta traz entre as cidades com mais óbitos Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, todas na região serrana, alvo do desastre de 2011, e os com maior número de desabrigados e desalojados Blumenau, afetada pela calamidade de 2008, e Jaboatão dos Guararapes (PE), cidade vizinha a Recife e que foi atingida por chuvas em 2022.
Confira abaixo os desastres naturais, como enchentes e deslizamentos, com mais mortes registradas nos últimos anos no país:
Os principais desastres naturais do país
Região Serrana do Rio de Janeiro, 2011: fortes chuvas nas cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis deixaram 918 mortes, mais de 300 desaparecidos e 35 mil pessoas perderam suas casas, segundo cálculos das prefeituras (Foto: Arquivo Agência Brasil)
Caraguatatuba, 1967: Um deslizamento provocado após vários dias de chuva intensa em Caraguatatuba, no litoral paulista, resultou na morte de 450 a 500 pessoas — não há um número oficial (Foto: Acervo Fundação Cultural de Caraguatatuba)
Petrópolis (RJ), 2022: Onze anos depois, a cidade de Petrópolis sofreu novo desastre natural com fortes chuvas e deslizamentos em série que deixaram 235 mortos e afetou 330 mil pessoas (Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil)
Rio de Janeiro, 1967: Outro episódio com grande número de mortes envolvendo chuvas no Rio de Janeiro ocorreu no bairro Laranjeiras, em 1967. Fortes chuvas causaram desabamento de uma casa e dois edifícios, deixando cerca de 200 mortos (Foto: YouTube, Reprodução)
Recife (PE), 1966: Considerada a maior tragédia natural de Pernambuco, as chuvas que causaram a alta do Rio Capibaribe resultaram em 175 mortes na capital do Estado (Foto: Acervo Gisela Vieira de Melo Monteiro)
Rio Grande do Sul, 2024: As enchentes de abril e maio de 2024 já provocaram 147 mortes e deixaram 127 desaparecidos, segundo dados até 13 de maio. As cheias no Vale do Taquari, Serra e região de Porto Alegre afetaram 2,1 milhões de pessoas (Foto: CBM-SC, Divulgação)
Região metropolitana do Rio de Janeiro, 2010: Fortes chuvas que atingiram a região metropolitana do Rio de Janeiro em abril de 2010 terminaram com saldo de ao menos 138 mortes na capital, em Niterói, São Gonçalo e outras cidades próximas (Foto: TV Globo, Reprodução)
Vale do Itajaí, 2008: maior tragédia climática de SC, a calamidade de novembro de 2008 registrou oficialmente 135 mortes e atingiu 2 milhões de pessoas, com deslizamentos severos e casas destruídas em cidades como Blumenau, Gaspar e Ilhota (Foto: Arquivo NSC)
Pernambuco, 2022: Fortes chuvas e deslizamentos que derrubaram casas deixaram 133 mortos na capital Recife e em cidades vizinhas, como Olinda e Jaboatão dos Guararapes (Foto: Diego Nigro, prefeitura de Recife)
Minas Gerais, 2020: A capital Belo Horizonte e outras cidades de Minas Gerais registraram o mês mais chuvoso da história, com mais de 320 milímetros em três dias, resultando na morte de 74 pessoas em 33 cidades (Foto: Gil Leonardi Imprensa MG)
São Sebastião (SP), 2023: as chuvas registradas na cidade do litoral paulista tiveram o maior acumulado registrado no país, com 682 milímetros em 24 horas. O resultado foram 65 mortes e mais de 600 deslizamentos (Foto: Rovena Rosa, Agência Brasil)