As mortes, enxurradas e deslizamentos que vêm a transformar as chuvas de novembro de 2008 em uma tragédia começaram a ocorrer só a partir do dia 22. Mas antes disso o mau tempo no Vale do Itajaí já trazia estragos para a região. Com o tempo instável por quase três meses consecutivos e com poucas aberturas de sol, o solo já estava saturado e centenas de problemas já haviam sido registrados até dois dias para o estopim da catástrofe.

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Relembre:

31 de outubro de 2008: o desmoronamento de uma galeria subterrânea força a interdição de parte da Rua 2 de Setembro, na Itoupava Norte, em frente ao Dique da Fortaleza. O trânsito fica em meia pista no local e autoridades começam a se preocupar com as consequências da chuva no Vale do Itajaí.

2 de novembro de 2008: uma pedra de 30 toneladas cai por cerca de 20 metros e destrói casas e carros na Rua José Isidoro Correa, no bairro Ponta Aguda, em Blumenau. É um dos primeiros graves efeitos das chuvas que não dão trégua na região. Moradores começam a deixar o local com medo de novos deslizamentos. Só neste dia, a Defesa Civil do município registou 50 quedas de barreira.

5 de novembro de 2008: incessantes, as chuvas começam a trazer impactos em um ponto que viria a ser um dos mais complicados durante a tragédia: o Morro da Coripós, na Escola Agrícola. Um deslizamento de terra no local leva a Defesa Civil a interditar 48 casas e a desalojar mais de 250 pessoas. Relembre a capa do Santa:

10 de novembro de 2008: a prefeitura de Blumenau é forçada a recorrer ao Ministério Público para retirar as famílias que se recusavam a deixar as 15 residências com risco de desabamento no Morro da Coripós.

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11 de novembro de 2008: após a ação do município junto ao Ministério Público, algumas famílias começam a desmanchar casas no Morro da Coripós, em Blumenau. Muitas, na ocasião, nem sequer sabiam para onde iriam.

12 de novembro de 2008: “A fúria da chuva”. Força das águas destrói um trecho de 40 metros próximo ao Trevo da Mafisa, em Blumenau. No mesmo dia, a prefeitura decreta situação de emergência na Rua Pedro Krauss Sênior, no Vorstadt, após um deslizamento de terra que atingiu cerca de 30 famílias. O Exército Brasileiro chegou a ser acionado para auxiliar os moradores.

Além disso, ao menos outros dois fatos impactantes já haviam ocorrido. No dia 20, no início da manhã, um desmoronamento destrói parte de um Centro de Educação Infantil no bairro Fortaleza. Um dia antes, um deslizamento fez o barro tomar conta da Rua Germano Grosch, na Escola Agrícola, na região conhecida como Morro da Coripós. Todas as 250 famílias que moravam na localidade já haviam sido retiradas. Ninguém ficou ferido.