Na lateral, no assoalho, embaixo dos bancos, ao lado do motor. Onde couber, traficantes forram com drogas, artimanha feita principalmente no Paraguai.
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Nos últimos 10 dias, a polícia apreendeu 170 quilos escondidos nas latarias de dois carros velhos que entraram em Santa Catarina por rotas menos movimentadas.
Os motoristas geralmente são mulas, os transportadores contratados por distribuidores. A repetição indica a possível ação de uma quadrilha especializada, mas a polícia prefere não dar detalhes da investigação.
Na garagem da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis, há dois veículos com as latarias retorcidas para retirar entorpecentes.
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Um deles é uma Pampa com placas de Naviraí (Mato Grosso do Sul) abordada no domingo em Porto União, no Planalto Norte, divisa com o Paraná. A outra é uma F-1000 apreendida no dia 13 em Araquari, no Norte.
Na Pampa havia 150 quilos de maconha. Bombeiros foram chamados para abrir os compartimentos de ferro com equipamentos utilizados em resgate de acidentados. A maconha estava na parte lateral e na carroceria embaixo dos bancos.
O motorista, Lorrany da Silva Woehl, de 20 anos, de Canoinhas, foi preso em flagrante – o DC não teve acesso ao preso. Um adolescente de 17 anos o acompanhava e foi liberado. A polícia diz que o mesmo veículo fez esse tipo de transporte outras três vezes.
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Na caminhonete havia 20 quilos (10 de maconha e 10 de cocaína). O acondicionamento é feito com massa ou simplesmente jogado no espaço vazio da lataria.
Primeiro veículo apreendido no dia 13 levava maconha e cocaína. Foto: Diogo Vargas / Agência RBS
Os tabletes de maconha ou cocaína podem passar despercebidos em abordagens pelas rodovias. Para descobri-los é preciso uma vistoria rigorosa ou investigação complexa sobre os envolvidos.
O delegado Cláudio Monteiro diz que a montagem é feita no Paraguai, principalmente em Pedro Juan Caballero. De lá, os carros rumam a Santa Catarina para abastecer pontos de drogas pelo Estado.
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– O caminho nem sempre é feito por rodovias federais. Há rotas novas. Eles usam estradas menos conhecidas na divisa do Paraná com Santa Catarina e com menos movimento para fugir de ação policial – diz Monteiro.