A Justiça impediu o retorno do traficante Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, a Santa Catarina. Ele continuará preso por mais 360 dias em vaga de segurança máxima na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.

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A juíza Alexandra Lorenzi da Silva, da Vara Regional de Execuções Penais, tomou a decisão nesta quarta-feira ao julgar pedido do Departamento de Administração Prisional (Deap) solicitando autorização para a manutenção de Neném em Campo Grande, onde está desde 2011.

“A alta periculosidade do apenado, somada aos fatores externos e a situação carcerária do Estado, considerando o nível da desenvolvimento da facção criminosa, levam a crer que a melhor medida é a permanência do reeducando, por mais 360 dias”, diz a juíza em decisão a que o Diário Catarinense teve acesso.

No documento, consta que é detento de alta periculosidade e que há fundada suspeita de que pertença à facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC).

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Os outros pontos destacados que levaram à permanência na Penitenciária Federal são a suspeita de chefiar o tráfico de drogas local e a utilização de armamentos de uso restrito.

Em 2011, Neném foi incluído duas vezes no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Para a magistrada, a situação não alterou ao ponto de autorizar o retorno do preso a prisões estaduais.

A polícia afirma que Neném é um dos principais traficantes de drogas do Estado. O advogado de Neném, o criminalista Francisco Ferreira, disse que vai recorrer da decisão no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

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Segundo Francisco, há um laudo médico atestando que Neném corre o risco de perder a visão, que necessita de tratamento, o que seria possível em Santa Catarina perto da família.

O advogado diz que Neném nega pertencer ao PGC e lembra que ele sequer figurou no processo contra a facção criminosa que tramitou em Blumenau. Neném nega também que seja o principal traficante do Estado.

DÉCADA DE 90

Neném tem ficha policial desde os anos 1990. Foi preso pela primeira vez em 1997, com 16 quilos de cocaína.

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EM 2000

Suspeito de liderar uma das quadrilhas envolvidas com o tráfico de drogas no Centro de Florianópolis. A guerra entre as quadrilhas matou cerca de 50 jovens.

EM 2002

Neném foi preso por ordem da Justiça na Operação Escorpião. Foi para a carceragem da antiga sede da Deic, em Florianópolis. Em 24 de novembro de 2002, foi resgatado por um jovem que se disfarçou de entregador de pizza.

A polícia prendeu, dois dias depois, 11 pessoas acusadas de gerenciar e dar apoio logístico ao bando de Neném da Costeira. Entre os presos havia um policial civil e duas mulheres.

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PRISÃO E TRANSFERÊNCIA

Neném, considerado pela polícia um dos maiores traficantes do Sul do Brasil, foi preso no Paraguai em dezembro de 2008. Foi, de novo, transferido para Florianópolis.

Maio de 2010

Foi condenado a 23 anos de prisão por assassinato e formação de quadrilha, em Florianópolis. A condenação foi pela morte de Lincoln de Oliveira, morto em 2002, na Vila Aparecida, parte Continental de Florianópolis.

Neném ficou preso na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis até 2011, quando houve a transferência para a ala máxima da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Segundo a polícia, as condenações dele chegam a 38 anos de prisão.

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