Detido no sistema penitenciário federal desde 2011, o traficante Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, já está de volta ao sistema prisional catarinense. A informação foi confirmada nesta sexta-feira pelo Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap). A ordem de retorno a Santa Catarina partiu da Justiça Federal de Porto Velho, em Rondônia, que considerou o término do prazo da decisão que autorizava a permanência dele no sistema federal — por lei, a permanência dos presos em penitenciária federal não pode ser superior a um ano, prorrogável por mais um ano.

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O Deap não divulgou mais detalhes sobre a volta de Neném da Costeira, mas o advogado que trata do processo de execução penal, Francisco Ferreira, informou que ele está detido em Criciúma, no Sul do Estado, desde a manhã desta sexta-feira.

—A execução penal dele ocorria em São José, mas é o Deap que acaba definindo onde o preso fica e, depois, comunica ao juiz da execução penal — apontou Ferreira.

Conforme o advogado, Neném da Costeira permaneceu durante muito tempo no sistema federal porque o Deap repetidas vezes manifestou a intenção de mantê-lo fora de Santa Catarina.

—O departamento só reiterava o pedido sob a mesma alegação, sem acrescentar nada de novo. Então, a Justiça entendeu que já não havia mais justa razão e determinou o retorno — diz o advogado.

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Segundo Francisco Ferreira, Neném da Costeira respondeu a um único incidente disciplinar enquanto esteve no sistema federal, tendo sido absolvido. O advogado também diz que, durante a permanência no sistema prisional, ele contraiu uma bactéria que o levou a perder cerca de 70% da visão no olho direito. Assim, regularmente tem de tomar medicamentos e ser submetido a exames.

Indíviduo de “alta periculosidade”

Ao defender a permanência de Sérgio de Souza no sistema federal, a administração do sistema prisional catarinense afirmava que ele é indivíduo de alta periculosidade, envolvido com uma facção criminosa, além de ser o traficante que abastece toda a Grande Florianópolis, mantendo contato inclusive com integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Nos últimos anos, as polícias Civil e Federal consideravam Neném da Costeira como um dos principais traficantes de drogas de Santa Catarina. As penas a que foi condenado somam mais de 40 anos de prisão. A última saiu em novembro de 2015, quando foi condenado a 21 anos e 10 meses de reclusão por homicídio em Florianópolis.

Em novembro de 2002, ele foi resgatado da antiga sede da Deic, que ficava em Capoeiras, por um falso entregador de pizza. A versão oficial na época é que o homem estava armado e dominou o policial de plantão. Neném ficou foragido até 2008, quando acabou sendo recapturado no Paraguai.

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