O estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que baliza a chamada pública para apresentação de projetos de mobilidade urbana na Grande Florianópolis traz uma constatação que passou despercebida.

Continua depois da publicidade

Depois de anos de disputa, carro a carro, o fluxo de veículos nas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos abriu distância e consolidou a dianteira em relação à Ponte Rio-Niterói. A média diária nos acessos à Ilha de Santa Catarina é de 178 mil veículos contra 140 mil na principal ligação entre o Rio e Niterói. A tendência é a distância aumentar.

A estimativa é de que o fluxo chegue a 300 mil veículos por dia até 2020 se nada for feito até lá, imobilizando completamente o sistema viário de acesso à região insular da Capital. O levantamento indica que o consumo de gasolina em Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu aumentou 49,75% entre 2007 e 2011. São 110 milhões de litros a mais em quatro anos, segundo dados apurados junto à Agência Nacional do Petróleo. Consumo garantido por uma frota que ganhou cem mil veículos a mais no período. Enquanto isso, o número de usuários de transporte coletivo cresceu de 80 mil para cem mil por dia.

Aumento que significou apenas a volta aos patamares registrados no início dos anos 2000. Na chamada pública para prospecção de propostas, o BNDES diz que devem ser levados em consideração os principais projetos e estudos que estão em andamento para desafogar o fluxo de veículos na Grande Florianópolis. Elenca nove deles, fazendo um pequeno resumo de promessas esquecidas e esperanças presas no engarrafamento. Está lá, por exemplo, o lendário estudo de viabilidade para implantação do metrô de superfície entre a Ilha e o Continente – passando pela restaurada Ponte Hercílio Luz.

Um contrato de R$ 7 milhões foi assinado pela secretaria regional de Florianópolis para a realização do estudo, mas a ideia foi suspensa e, aparentemente, esquecida.

Continua depois da publicidade