Sílvia é blumenauense mas tem um pé no Rio Grande do Sul, terra onde o pai nasceu e encontrou a esposa, uma catarinense que estava nas terras mais ao Sul. Deste encontro, veio no sangue de Sílvia um gosto pela cultura gaudéria e pelas tradições; em especial a música e a dança. Ela se tornou professora de música gaúcha e carrega até hoje, aos 61 anos, a paixão pelos passos das danças tradicionais. Quando, há cinco anos, encontrou o blumenauense Luís Boos em sua vida, deu a condição para se tornarem um casal: jamais vamos deixar a dança gaúcha.

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Sidnei é gaúcho de Santa Rosa e se mudou há mais de 20 anos para Blumenau, ainda garoto, por conta do trabalho do pai. Tem a tradição enraizada na família e faz questão de a manter viva. Pelo Vale, encontrou Daniela e, com a esposa, está sempre a procura de um bom baile gaúcho para ir e reviver os tempos em que começaram a namorar e frequentavam a antiga Festa do Cavalo em Blumenau.

Silvia, Luís, Sidnei, Daniela e tantos outros se encontraram no mesmo lugar neste sábado. Seja por saudosismo de uma boa lembrança ou por uma tradição que nunca morre, mesmo em outro Estado, foram à Vila Germânica para a primeira edição do Blumenau às Pampas, evento tradicionalista gaúcho que levou o vermelho, verde e amarelo da bandeira do Rio Grande do Sul para contrastar com a estética alemã do pavilhão.

– É a nossa tradição. Passar um dia fazendo churrasco, ouvindo música e tomando chimarrão. Tem muita banda boa aqui hoje. Daqui a pouco vamos para casa trocar de roupa, colocar traje típico gaúcho e voltar para dançar no baile – contou Sidnei Koehler, ansioso pelos próximos shows do baile que prometia durar 16 horas, das 10h de sábado até às 5h da madrugada de domingo.

Para completar o dia de Sidnei, ficou faltando apenas o churrasco na Vila Germânica, que a organização do evento não conseguiu montar. Mas teve dança, sete bandas gaúchas e chimarrão.

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– Já vendemos mais de 3 mil ingressos. A ideia é criar em Blumenau um espaço para o tradicionalismo. A Vila Germânica tem festa alemã, tem festa italiana e agora vai ter uma festa gaúcha. A edição do ano que vem já está confirmada – destacou a organizadora, Bernadete Fortes.

Em meio às apresentações, alguns ficavam nas mesas apenas assistindo e tomando seu chimarrão com a fiel dupla de cuia e garrafa térmica. Outros carregavam o par para o meio do pavilhão e não tinham vergonha de mostrar seus melhores passos de dança. De olho na programação, a maioria aguardava ansiosamente as principais apresentações da noite, de Ivonir Machado e da banda Os Serranos.