Não foram poucos os legados deixados pelos colonizadores para Joinville. A fé luterana e o espírito empreendedor são evidentes – e eram necessários para desbravar aquele mundo novo –, mas, logo que a Colônia Dona Francisca deu seus primeiros passos, começaram a se formar também as sociedades culturais.
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Os imigrantes tinham uma necessidade não só de construir materialmente a colônia, mas também de ter uma vida cultural, artística e social presente. Muitos deles já haviam trazido, na viagem, instrumentos musicais que utilizariam para animar as festas e comemorações organizadas na colônia e para manter vivas a memória e as tradições de seus países de origem.
A dança e a música estiveram presentes desde o início. Mas durante um tempo a dança folclórica ficou esquecida e só voltou a ser resgatada em Joinville nos anos 1960. Um dos primeiros grupos surgiu na Sociedade Rio da Prata, batizado de Windmühle. Heidi Bublitz Schubert entrou para o grupo logo no começo, e foi, inclusive, presidente.
Depois de algum tempo, ela e o marido, Edson Geller Schubert, que a acompanhava nas apresentações dando apoio técnico, resolveram montar o Grupo Folclórico Germânico Oldenburg. Surgido em 2011, o grupo conta com 14 participantes e leva o nome de uma das cidades alemãs que enviaram imigrantes para Joinville.
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– Nós temos as coreografias todas descritas e as reproduzimos. Elas estão em alemão e fazemos a tradução – diz Heidi.
De origem alemã, o casal tem três filhos e também mantém as tradições em casa. Com pesquisas, conheceram melhor a história da cidade e do próprio local que dá nome ao grupo, na Alemanha.
– Nossos figurinos são adaptados, seguindo as orientações alemãs e as características dos colonos joinvilenses. Agora, estamos produzindo um traje histórico baseado no período de 1640, da região de Bremen – revela Edson.
Para os participantes, mais do que um momento de diversão, o grupo se constitui como família, até proporcionando casamentos. Lindomar e Mariane de Jesus Schulze, por exemplo, se conheceram no grupo em 2013. Hoje, estão casados e têm duas filhas, que participam ativamente dos ensaios e apresentações.
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* Textos: Letícia Caroline Jensen, especial para o AN