Depois de crescer na cotação para assumir o Ministério da Fazenda, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, rejeitou o convite da presidente Dilma Rousseff. O motivo seria questões societárias e de sucessão, além do receio em relação à autonomia que teria diante do perfil interventor da presidente.
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O nome de Trabuco seria visto como certeiro para acalmar o mercado, que tem feito cobranças na política econômica. No banco, a saída é dada como descartada. A indicação teria aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o viu como alternativa à resistência da presidente ao nome de Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central de 2003 a 2011.
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Com a recusa, as especulações em Brasília são de uma possível dobradinha entre o ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy e o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Não há certeza sobre quem ficaria na pasta e qual comandaria a política monetária. Também está entre os cotados o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
Após a eleição, Dilma prometeu anunciar a equipe econômica para o segundo mandato em meados de novembro, uma vez que já havia confirmado a saída do atual titular, Guido Mantega, durante a campanha.
Há expectativa de que a definição de quem comandará a Fazenda possa ocorrer ainda hoje. Além de acalmar o mercado, a nomeação do ministro também teria efeitos políticos, desviando um pouco o foco dos desdobramentos da Lava-Jato e do impacto das denúncias de corrupção na Petrobras.
Os mais cotados

Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado
Alexandre Tombini
Perfil: atual presidente do Banco Central, é formado em Economia e tem PhD na área pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. É servidor concursado do Banco Central desde 1998.
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Status: tem credibilidade no mercado, mas Dilma gostaria que seguisse no comando da política monetária.

Crédito: Valter Campanato/ABr
Henrique Meirelles
Perfil: foi presidente do Banco Central no governo Lula, entre 2003 e 2011. Antes disso, foi presidente mundial do BankBoston. É formado em Engenharia Civil e tem mestrado em Administração. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo PSDB.
Status: teria o respaldo de Lula e do mercado financeiro, mas há restrições de Dilma.

Crédito: Valter Campanato/ABr
Joaquim Levy
Perfil: foi secretário do Tesouro no governo Lula e secretário da Fazenda do Rio de Janeiro no governo de Sérgio Cabral (PMDB). Atualmente, é administrador de fundos do banco Bradesco.
Status: teria sido indicado a Dilma e seria uma opção tanto para a Fazenda quanto para o Banco Central.
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Crédito: José Cruz/ABr
Nelson Barbosa
Perfil: professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP), é PhD em Economia pela New School for Social Research (Nova York, EUA). Foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, de 2011 a 2013.
Status: é bem visto pelo mercado e tem feito discurso favorável à maior responsabilidade fiscal.