O Partido Trabalhista britânico relegou nesta segunda-feira (24) a possibilidade de um novo referendo sobre o Brexit ao posto de segunda opção e deu preferência a eleições antecipadas, se o Parlamento rejeitar o resultado das negociações com a UE.

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Os delegados do partido opositor e líderes sindicais negociaram por cinco horas durante sua conferência anual, em Liverpool, até concluírem o texto de uma moção sobre o assunto a ser submetido à votação dos militantes na terça-feira.

Os líderes da sigla concordaram em pressionar por eleições antecipadas, caso o Parlamento rejeite o acordo final sobre o Brexit entre a União Europeia e o governo de Theresa May – informou um porta-voz do partido.

“Também foi acordado que, se não houver eleições gerais, o Partido Trabalhista apoiará todas as opções que permanecerem na mesa, incluindo fazer campanha por um novo referendo”, disse a mesma fonte à AFP.

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Essa nova consulta popular se concentraria apenas no conteúdo do eventual acordo, e não na possibilidade de permanência na União Europeia. Anularia, assim, o resultado do plebiscito de junho de 2016, quando 52% dos eleitores decidiram pela saída do bloco.

Este segundo referendo apresentaria aos britânicos a seguinte questão: “você aceita, ou não, o acordo, ou quer retornar à mesa de negociação para chegar a um acordo mais conveniente?”, informou nesta segunda-feira à BBC John McDonnell, responsável pelas questões financeiras dentro do partido.

“Trata-se de respeitar o resultado do referendo [de 2016]. Mas, se o acordo entre Londres e Bruxelas não for aceitável para o Parlamento, deveríamos convocar eleições, ou manter a possibilidade de um voto popular”, disse ele, insistindo em que “novas eleições constituiriam um verdadeiro voto popular”.

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Milhares de pessoas marcharam no domingo pelas ruas de Liverpool para solicitar a organização de um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, marcada para 29 de março de 2019.

O líder do Partido Trabalhista, o ex-sindicalista Jeremy Corbyn, sempre foi mais favorável a eleições antecipadas, que ele espera ganhar, do que a um segundo referendo, mas disse que respeitaria a decisão dos militantes.

* AFP