O empresário Maurício Garcia estava trabalhando, próximo ao Instituto Estadual de Educação quando se deu conta que a manifestação em Florianópolis iria começar. Um cliente, já prevendo a fila, lhe entregou um pacote de bolacha. Quando Garcia percebeu a movimentação na cidade, pensou em sair da Ilha em direção a sua casa, no Balneário do Estreito, mas foi tarde demais. Próximo a entrada da ponte, em frente ao Centrosul, a fila parou. Após mais de cinco horas esperando a ponte ser liberada para o tráfego, sobrou irritação, fome e cansaço.

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_ Eu sabia do protesto, mas não imaginava que chegariam tão cedo a ponte. Assim como eu tinham várias outras pessoas, alguns tinham recém saído do hospital, outros com criança chorando no carro.

Parado na fila, na internet do celular e conversando com outras pessoas pelas redes sociais descobriu que a fila em direção a ponte já passava da Carvoeira, no Sul da Ilha e na Beira-mar Norte começava perto da Polícia Federal. Perto das 21h, o movimento já tinha terminado quando cerca de 200 pessoas resolveram permanecer na ponte.

– Até certo horário foi compreensível, depois o pessoal começou a reclamar muito. Eu cheguei perto da 1h em casa e hoje (sexta-feira) tive que acordar cedo para trabalhar – reclama ele.

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Pelo celular acompanhava a indignação das pessoas nas redes sociais, que na fila, paradas, postavam comentários pelo Facebook. Garcia chegou a fazer amizade com outros motoristas que também estavam na mesma fila e trocavam informações sobre o andamento da manifestação e liberação do trânsito. A bateria do celular acabou, mas com o carregador no carro voltou a se comunicar. Na rádio ele acompanhava as últimas informações e o pacote de bolacha que ganhou do cliente ajudou a enganar a fome.