
De colete laranja, José Reinaldo Fernandes se destaca em meio aos visitantes da 31ª Oktoberfest. Zé, como gosta de ser chamado, faz parte do grupo de 400 trabalhadores que zela pela limpeza interna e externa da Vila Germânica. Casado e pai de quatro filhos, o trabalhador de 34 anos cumpre dupla jornada desde o dia 8 de outubro.
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Contratado pela Vigiserv, das 7h às 16h ele trabalha em uma empresa no bairro do Salto. Duas horas depois começa o turno na Vila Germânica que em alguns dias só encerra às 5h. Às quartas e quintas-feiras dorme apenas três horas por noite. Nos demais dias consegue descansar mais porque a festa termina mais cedo e nas sextas-feiras não tem problema, já que folga aos fins de semana. É o terceiro ano consecutivo que se inscreve para uma vaga temporária na Oktoberfest.
– Tudo vale a pena quando a gente tem um objetivo. Agradeço a Deus que posso trabalhar e, no fim, me divirto também – comenta enquanto limpa o Biergarten.
Ele garante que a esposa não fica brava com a dupla jornada, mas confessa que sente saudade de passar mais tempo ao lado dos filhos de três, sete, 14 e 16 anos. Todo o esforço de Zé é para terminar a reforma da casa de madeira onde vive na Nova Esperança. Ele vai receber cerca de R$ 2 mil pelos 19 dias trabalhados, mais que o dobro do salário mensal que ganha como auxiliar de limpeza.
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– A empresa paga um bônus de R$ 2 por dia pra quem não faltar e tenho ganho muitas gorjetas. Esses dias mesmo dei uma informação e o turista me deu R$ 50. Costumo ser o mais prestativo possível, afinal a gente tá ali todo dia, né? – conta.
Zé não anda de ônibus para economizar o dinheiro do vale-transporte. É de bicicleta que vai de casa ao trabalho. Não faz ideia de quantos quilômetros pedala por dia, mas afirma que de bicicleta chega mais rápido em casa de madrugada.
Assim como Zé, Regina Girelli também enfrenta o expediente duplo. Viúva desde 2009, tem quatro filhos. Atua das 7h às 15h como diarista e das 16h às 21h45min na Vila Germânica. Não tem tempo nem de almoçar:
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– Como qualquer coisa no caminho mesmo.
Quando deixa a Vila, Regina leva uma hora e meia para chegar no apartamento onde mora com os filhos de nove, 14, 16 e 18 anos no Badenfurt.
– Minha caçula já vai estar dormindo. Só vou ver ela amanhã de manhã. Quem ajuda com as tarefas é meu menino de 14. Eles cuidam um do outro. Esta é a minha sorte – conta.
Regina revela que as horas extras trabalhadas valem menos que as limpezas no Centro da cidade, mas ainda sim, compensam.
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