Trabalhadores do turismo, hotéis, restaurantes e similares ameaçam entrar em greve na próxima temporada, caso as reinvindicações da categoria não sejam atendidas. Cerca de 200 manifestantes de Florianópolis, Chapecó, Lages, Criciúma e Balneário Camboriú fizeram um protesto contra a conduta dos patrões nas negociações da Convenção Coletiva e contra os baixos salários da categoria.

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O protesto iniciou por volta das 9h na Praça Olívio Amorim, na Rua Hercílio Luz, em frente ao Sindicato Patronal, seguiu pelas ruas do Centro e terminou em frente à catedral metropolitana ao meio-dia.

De acordo com o Sindicato dos trabalhadores em turismo, hospitalidade e de hotéis, restaurantes, bares e similares da Grande Florianópolis (Sitratuh/Flor) a proposta para a categoria é de um piso salarial de R$ 875,00 até novembro de 2013 e de R$ 920,00 a partir do mês de dezembro.

O presidente do sindicato, Anésio Schneider, afirmou que há duas semanas, quando empregados e patrões negociavam um novo aumento nos salários para a convenção coletiva anual, a proposta dos empresários foi de 5% de incremento, quase dois pontos percentuais abaixo da inflação no período da data-base para a categoria.

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Schneider crtiticou ainda as condições de trabalho a que estão submetidos os funcionários, muitas vezes, segundo ele, acumulando as funções de atendimento ao cliente e limpeza do estabelecimento. O Sitratuh reivindica também adicional noturno. Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores, o aumento pedido é de 15%, mas a negociação com os patrões pode começar em 8%.

O presidente do sindicato patronal, Tarcísio Schmitt, manifestou-se em nota à imprensa:

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (SHRBS) nunca se opôs a negociações com o Sitratuh e considera o pleito justo. Porém um acordo deve ser estabelecido sob pena de todo o setor ser atingido. A exigência de 15% de aumento é irreal e pode levar à decisão por dissídio na Justiça.

Hoje, o piso da categoria em Florianópolis é maior que no Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, cidades onde a atividade é linear, com visitantes o ano inteiro, enquanto na Capital existe grande sazonalidade.

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Diante disso, é real o risco de demissões e até mesmo de fechamento de estabelecimentos caso as reivindicações sejam atendidas, já que 98% dos filiados ao SHRBS são micro e pequenas empresas. Nossa proposta é de um aumento de 5%”.