Após a paralisação de duas horas dos trabalhadores da empresa de ônibus Canasvieiras, nesta quarta-feira, o sindicato dos motoristas e cobradores (Sintraturb) afirma que não exclui a possibilidade de novas interrupções até que as negociações sejam retomadas – com ou sem a interferência da Justiça.
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O secretário de comunicação do sindicato, Deonísio Linder, anunciou que o serviço não voltará a ficar parado nesta quarta-feira, mas os trabalhadores ainda aguardam o resultado de novas negociações para decidir se vão cruzar os braços novamente. A categoria não pretende avisar a população sobre novas paralisações.
– Na greve de junho, comunicamos as empresas com bem mais de 72 horas de antecedência. Hoje fizemos uma paralisação curta, durou perto de duas horas, não havia necessidade das empresas de se organizar como na outra vez.
A advogada trabalhista Alexandra Candemil explica que, constitucionalmente, não há diferença entre greve e paralisação. Para a advogada, o direito de greve é garantido e lícito, mas como o transporte público é um serviço essencial, há a necessidade de comunicação prévia.
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– A lei não fala em tempo e qualquer interrupção tem que ser avisada com antecedência. Há greves que duram 30 dias, outras começam com paralisações rápidas e se estendem.
Segundo o secretário de Mobilidade Urbana da Capital, Valmir Humberto Piacentini, o poder público preferiu não agir na paralisação relâmpago dia 26 de julho porque não compreendeu exatamente o que aconteceu naquela ocasião, mas agora estuda entrar com uma representação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para que o fato não volte a se repetir.
Negociação “cara a cara”
A categoria exige, além das negociações, o pagamento retroativo do salário e do ticket alimentação do mês de maio, além do desconto de três dias no salário devido à greve anterior. O secretário de comunicação do sindicato afirma que a situação se normalizará apenas quando o prefeito de Florianópolis “descer do pedestal” e discutir a questão.
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– O caso já foi para a Justiça, e as decisões resultaram em nada. O conflito com a categoria tem que ser resolvido na mesa, cara a cara, e não no tribunal – afirma Deonísio Linder.
No dia 8 de julho, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) julgou o dissídio da categoria e determinou o reajuste salarial de 7,16%. Um assembleia dos trabalhadores no mesmo dia decidiu que o serviço não voltaria a ser interrompido, mas a notícia de um possível desconto de três dias no salário de grevistas fez com que funcionários de duas das empresas cruzassem os braços durante quatro horas em 26 de julho.