Terminou sem acordo a reunião entre os trabalhadores e as empresas do setor aéreo nesta quarta-feira sobre reajuste salarial da categoria. A proposta oferecida aos empregados será avaliada nesta quinta-feira em assembleias marcadas para as 13h em diversos Estados. Mas o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke, adiantou que, se não houver melhora nos termos oferecidos, a tendência é que haja paralisação de advertência nesta quinta-feira, depois do resultado das assembleias, até a meia-noite.
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– Nós insistimos em ter algum tipo de ganho real (acima da inflação). O tempo que podemos dar para o sindicato patronal é até amanhã (quinta-feira). Não houve qualquer avanço na proposta. Eles querem dar o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para quem ganha o menor piso, 4,5% para os trabalhadores que recebem até R$ 3 mil, 3% até R$ 5 mil e, acima disso, 1,5%. Se esta proposta se mantiver, a decisão dos trabalhadores é desencadear uma greve no setor, a partir das assembleias de amanhã (quinta-feira) à tarde – avisou Klafke, na saída da reunião, ocorrida na sede do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea).
Klafke não soube precisar quais aeroportos seriam mais afetados se a paralisação for decretada, mas explicou que o sistema aéreo brasileiro trabalha em rede – e o que acontece em um aeroporto reflete nos demais. Nesse caso, poderão ocorrer atrasos e até cancelamentos de voos.
O representante do Snea, Odilon Junqueira, disse que há possibilidade das empresas revisarem a proposta até esta quinta-feira. Segundo ele, os trabalhadores propuseram 7% de reajuste geral, o que será examinado pelas companhias aéreas, que enviaram representantes para a reunião.
– As empresas farão o que é possível até amanhã (quinta-feira). Os sindicatos dos aeronautas e aeroviários deixaram (proposta de) um reajuste de 7% para todas as categorias. Sendo que os aeroviários pediram ainda que os pisos sejam reajustados em 10% – disse Junqueira.
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Ele ressaltou, porém, que as companhias aéreas passam por um momento de extrema dificuldade, o que torna difícil a concessão de reajustes com ganho acima da inflação.
– As empresas aéreas, desde o início das negociações, têm sido enfáticas em afirmar que, tendo em vista os prejuízos econômicos muito grandes que tiveram ao longo do ano de 2012, com o câmbio, que é muito elevado, o preço do combustível, que no Brasil é absurdo, e o custo dos impostos que incidem sobre a aviação, elas não têm a menor condição de conceder aumento real de salário – frisou Junqueira.