Funcionários do Hospital Celso Ramos protestaram na tarde desta sexta-feira contra as condições de trabalho do local, paralisando as atividades das 15h às 17h. Conforme o sindicato da categoria (SindSaúde-SC), desde que foi deflagrada a greve dos servidores municipais de Florianópolis, que atingiu UPAs e postos de saúde da Capital, dobrou o número de atendimentos diários no hospital.
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— Nós estamos recebendo em média 680 pacientes para cada 24h. A gente vinha de uma média de 345 nesse mesmo período, para um mesmo número de efetivo que já estava defasado — calcula a presidente do sindicato, Marilza Martins.
Um funcionário que preferiu não se identificar relatou à reportagem que outro motivo que justifica a paralisação é a lotação da unidade de saúde. No relato, ele conta que o setor de reanimação grave comporta quatro pessoas internadas por vez, mas na última quinta-feira chegou a ter sete.
Mesmo com o protesto, Marilza garante que casos de urgência e emergência eram atendidos. Durante a tarde, a sala de espera do hospital estava completamente lotada. E havia pelo menos 20 pacientes esperando do lado de fora embaixo de uma árvore. Com um tumor no rim esquerdo, João Ronaldo Pereira, de 59 anos, aguardava atendimento há 3h sentado, segurando uma muleta e com muita dor.
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— Estão no direito de protestar. Paciência — ponderou o morador de Palhoça.
Já a irmã dele, Aldanei Schimdtz, de 57, não estava calma:
— Ele já tinha que estar pelo menos internado. Isso aqui está uma bagunça.
Antes do protesto, representantes da Secretaria Estadual de Saúde se reuniram com a direção do sindicato para expor uma contraproposta. Foi apresentado um plano de remanejamento interno para atender à demanda fora do padrão. Conforme a secretaria, a medida irá garantir um maior número de funcionários no atendimento da emergência.
Com isso, os servidores decidiram cancelar a nova paralisação, prevista para das acontecer entre 21h e 23h de sexta. Uma nova reunião entre secretaria e sindicato acontece nesta segunda-feira, às 9h.
O SindSaúde-SC diz que os trabalhadores chegaram ao limite e cobra a realização de novo concurso público.
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Greve dos servidores municipais continua
Enquanto os profissionais de saúde paralisavam as atividades, ali perto, no trapiche da Beira Mar, os servidores municipais de Florianópolis realizavam um novo protesto contra o pacotão apresentado pelo prefeito Gean Loureiro. A greve não tem prazo para terminar.