Os donos das fazendas onde nove homens trabalhavam em situação suspeita de escravidão se comprometeram, nesta quinta-feira, a pagar indenização aos trabalhadores. O grupo embarca para a cidade de origem na sexta-feira: Pinhão (PR).
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Segundo o delegado Nelson Vidal, os dois empresários, que não tiveram os nomes divulgados pela polícia, assinaram um termo de ajustamento de conduta. Entre as 24 cláusulas do termo, estão a necessidade de melhorar a estrutura física nas fazendas, oferecer condições dignas de trabalho aos funcionários e ressarcir todos os direitos trabalhistas ao grupo que vai embora para o Paraná.
Os empresários também terão de pagar as despesas do hotel onde os funcionários ficaram hospedados depois que foram retirados das fazendas, terça-feira, e as passagens de retorno a Pinhão. O acordo foi assinado perante dois procuradores federais e três auditores fiscais do Ministério Público do Trabalho. O valor total da indenização aos nove trabalhadores, de acordo com Vidal, vai ultrapassar os R$100 mil e será pago por meio de depósitos em contas bancárias.
A investigação que levou à identificação dos trabalhadores em condições subumanas iniciou após denúncias anônimas, feitas há cerca de 10 dias. Eles foram encontrados pela polícia em propriedades no Faxinal Vila Nova e no Chapadão Unidas, onde trabalhavam na derrubada e no corte de árvores de pinus e eucalipto.
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O homem responsável por recrutar os trabalhadores, Valdecir Antunes Rodrigues, 49, autuado em flagrante pela Polícia Civil terça-feira, ficou preso dois dias na Unidade Prisional Avançada (UPA) de Ituporanga e pagou fiança no valor de R$ 5 mil. Ele responderá em liberdade. Conforme o advogado dele, Edson Andreas Voigt, a fiscalização teria entendido que os trabalhadores moravam no alojamento das fazendas. No entanto, conforme o cliente, o grupo vivia em casas equipadas no Bairro Vila Nova, em Ituporanga.