Nesta terça-feira, 80% dos trabalhadores de saúde do Sul do Estado entraram em greve no Hospital Regional de Araranguá e no Hospital São José, de Criciúma. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Estabelecimentos de Saúde de Criciúma e Região (Sindisaúde), Cléber Ricardo da Silva Cândido, serviços essenciais serão mantidos.
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A UTI segue em funcionamento total, o pronto-socorro em 50% e outros setores em 30%.
– O intuito da greve é prejudicar o mínimo possível ao cidadão. Setores burocráticos e outros setores, como ambulatório e ortopedia, que não precisam de medicações como quimioterapia, não estão em funcionamento. A gente está mantendo o serviço essencial, como a oncologia – explica.
As maiores reivindicações dos grevistas são o piso para os técnicos de enfermagem no valor de R$ 1.500, que hoje é de R$ 1.212; piso de R$ 1.000 para recepcionistas, auxiliar de faturamento e farmácia; 12% de aumento geral e redução de jornada.
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– Temos tido negociações há mais de dois meses, que não evoluíram. Na última proposta, que não ia avançar mais, nós convocamos uma assembleia. Estamos tentando negociar. Ontem a gente teve uma rodada de negociação, mas que não evoluiu da maneira que os trabalhadores queriam – aponta Cândido.
De acordo com o Sindicato dos trabalhadores da Saúde, a última greve do setor na região durou 15 dias em 1991. Dos 1.050 funcionários do Hospital São José, cerca de 700 estão em greve. No Hospital Regional de Araranguá, são 230 de 360 funcionários.
A dona de casa Marli Lima Silveira deixou o hospital revoltada por não conseguir apanhar os resultados de seus exames. A entrega é um dos serviços não prioritários, cortados pela greve.
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– Eles não estão dando o resultado do exame. Quero entregar o resultado para o médico, mas não estão entregando. Eu vou morrer e depois eles entregam – reclamou.
A presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde da Região Sul de Santa Catarina (Sinesul), Irmã Teresinha Buss, declarou que o sindicato patronal tentará dar continuidade às negociações para dar fim à greve. Caso as negociações não evoluam, a greve deve atingir, a partir desta quarta-feira, até 16 hospitais da região de Criciúma, que também deve abranger cidades como Içara e Sombrio.