Trabalhadores da Malwee em Blumenau foram demitidos na chegada à fábrica, às 5h da manhã

Parte da comoção pela perda de emprego de quase 300 trabalhadores em Blumenau, com o fim das operações da fábrica da Malwee, vem da forma como o processo foi conduzido pela empresa, no dia 21 de janeiro. Já existiam boatos de que a unidade seria fechada, mas eram sempre negados pela administração da empresa. Ao voltarem das férias coletivas, os funcionários do primeiro turno, as 5h da manhã, encontraram o local sem nenhum material e, meia hora depois, foram avisados do desligamento.

– Sete dias antes a essa situação eu conversei com o gerente geral de recursos humanos e ele me disse que isso era boato, era mentira – diz Vivian Kreutzfeld, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial.

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A entidade de classe reclama que não foi cumprido o acordo coletivo, que prevê a negociação junto ao sindicato antes de demissões coletivas. E prevê entrar com ações de danos morais pelo desligamento sem aviso prévio. Os funcionário perderam o emprego logo no retorno das férias e Kreutzfeld questiona o fato de vários terem aproveitado o período para viajar, contando com a manutenção do vínculo empregatício.

Em nota oficial, a empresa afirma que todos os esforços da companhia relacionados à redução de custo operacional na unidade, como enxugamento da estrutura, unificação dos turnos, entre outras iniciativas, não foram suficientes para manter sua operação com viabilidade econômica. Disse também que todos os encargos trabalhistas devidos serão pagos.

Solange Aparecida, de 47 anos, é uma das 298 pessoas que ficaram sem trabalho com o fechamento da unidade. Ela continuava trabalhando mesmo após a aposentadoria para ajudar a complementar a renda da família. Agora, vai ter que ir atrás de uma nova vaga.

– Tinha muita gente que comprou casa, estava pagando apartamento e agora vai sofrer bastante. Foi bem triste – conta.

Ela agradece a Deus pelo seu marido ter encontrado um emprego ainda em 2015 — ele tinha perdido o emprego no final de 2014, com a falência da empresa Sulfabril em Blumenau. O casal tem dois filhos e vai ter que batalhar nos próximos meses com a má notícia da demissão de Solange logo no início do ano.

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