Em assembleia realizada na manhã desta segunda-feira, 3, os trabalhadores da Comcap decretaram greve por tempo indeterminado. A decisão foi motivada, de acordo com a direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), pelo descumprimento do acordo coletivo por parte da prefeitura.
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Em novembro do ano passado, a categoria e a prefeitura haviam feito um acordo que previa o lançamento de um concurso público para reposição do efetivo até o dia 31 de agosto, o que não teria sido cumprido. Além disso, os trabalhadores reivindicam a compra de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de uniformes e de peças para o conserto dos caminhões, assim como uma rediscussão do regime dos trabalhadores que “foram retirados de forma arbitrária de 8 para 6 horas”.
— Estamos sofrendo há meses com a falta de equipamentos, inclusive aqueles de proteção individual. Não tem condições mínimas para que se possa fazer o serviço de limpeza pública na cidade. Junto com isso, a empresa vem sofrendo com a falta do quadro de profissionais. O último concurso público foi em 2012. Isso tem aumentado o número de adoecimentos e de acidentes no trabalho — justifica Renê Munaro, presidente do Sintrasem.
Além da falta de funcionários, que têm causado sobrecarga de trabalho, o Sintrasem critica a falta de equipamentos básicos de segurança, como protetores auriculares, luvas e calças. De acordo com a assessoria do Sintrasem, somente entre janeiro e agosto deste ano foram 39 acidentes de trabalho.
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A direção da Comcap nega que haja problemas no fornecimento de EPIs ou na compra de peças para os caminhões. Também afirma que não é possível realizar o concurso público para a contratação de novos funcionários sem que seja aprovado o novo estatuto da autarquia.
— Fomos pegos de surpresa por uma greve totalmente intempestiva. A greve é um instrumento legítimo de defesa do empregado, respeito isso, mas não em condições de normalidade, quando a empresa está aberta ao diálogo. Se fosse um descumprimento (do acordo coletivo) mesmo, o fórum é a justiça. Não é a greve. Sou do princípio que primeiro se gasta as instâncias, para só depois tomar medidas mais radicais — critica o presidente da Comcap, Carlos Alberto Martins.
A prefeitura de Florianópolis, por sua vez, afirma que vai entrar com uma ação de ilegalidade da paralisação ainda nesta segunda-feira. Também informa que a partir de hoje serão descontados os dias parados dos trabalhadores. O município também já iniciou contato com empresas terceirizadas de recolhimento de lixo para contratação emergencial ainda nesta semana.
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