Trabalhadores da Celesc paralisaram as atividades nesta quarta-feira (29) em cidades de todo o Estado. De acordo com a Intersindical dos Eletricitários de Santa Catarina (Intercel), coletivo de sindicatos que representa a categoria, a reivindicação acontece em defesa do plano de saúde dos funcionários da empresa. 

Continua depois da publicidade

> Acesse para receber notícias de Joinville e região pelo WhatsApp

A mobilização iniciou às 6h e, conforme apurou a reportagem do DC, em cidades como Joinville, Jaraguá do Sul, Blumenau e Florianópolis, por exemplo, a manifestação acontece em frente as principais distribuidoras de energia. 

Em Joinville, os trabalhadores estão na unidade da Rua Max Colin; em Blumenau, ocorre na agência da Rua das Palmeiras; já na Capital, há paralisações nas subestações Ilha Centro e do Continente. 

Trabalhadores se mobilizam na agência da Rua das Palmeiras em Blumenau
Trabalhadores se mobilizam na agência da Rua das Palmeiras em Blumenau (Foto: Patrick Rodrigues, Jornal de Santa Catarina)

Em vídeo convocando para a paralisação, Cleber Borges, coordenador da Intercel, pontuou que os protestos acontecem em defesa da saúde da categoria e reforçou ser preciso “retomar o debate da criação de um novo plano de saúde”. 

Continua depois da publicidade

– Lamentavelmente, a empresa, em tom de ameaça, lançou um comunicado dizendo que os empregados que participarem das mobilizações terão o dia descontado. Ao fazer isso, ela descumpre e desrespeita o acordo coletivo de trabalho vigente. É preciso esclarecer que todo e qualquer desconto só poderá ser efetivado após discutido com sindicatos – disse o coordenador. 

Serviços essenciais não serão prejudicados, diz sindicato

Jair Paulino Fonseca, diretor do Sindicato dos Eletricitários do Norte de Santa Catarina (Sindinorte), que abrange Joinville e toda região Norte do Estado, explica que a paralisação pode afetar a todos os setores da empresa, no entanto, os serviços essenciais que envolvem segurança pública e saúde permanecem funcionando. 

Portanto, emergências como desligamento de linhas, queda de postes e acidentes que envolvam os serviços fornecidos pela categoria, seguem sendo atendidos. 

– O que ocorre é que fazemos serviços voluntários emergenciais – completa. 

Ainda conforme o diretor do Sindinorte, não há, até o momento, um levantamento do número de funcionários da Celesc que aderiram ao protesto. No entanto, a “adesão é satisfatória”, segundo ele. 

Continua depois da publicidade

Até o final do dia, o Intercel afirma que divulgará o número de funcionários que paralisaram. 

O que diz a Celesc

Em nota, a Celesc pontuou que esta quarta-feira é considerada um dia normal de trabalho para todos os empregados da companhia. No entanto, citou que a Intercel, que representa os sindicatos anunciou a paralisação “devido às discussões sobre o novo plano de saúde e a nova forma de custeio propostos pela empresa”. 

A Celesc também relatou que o assunto vem sendo debatido em conjunto, desde 2019, entre empresa, sindicados, fundação CELOS e Consultoria Atuarial contratada, e conforme cláusula no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e que atualmente, o passivo atuarial da empresa ultrapassa os R$ 2 bilhões, “tornando-se o maior risco ao negócio e à concessão da Celesc, sendo que mais da metade deste valor diz respeito ao passivo assistencial (plano de saúde).”

A empresa argumenta que a “dívida atuarial é altíssima” e que “fatores externos, como taxa de juros, uso do plano de saúde, tábua de mortalidade, dentre outros” foge da gestão da companhia e que ‘faz com que a empresa perca capacidade financeira para realizar os investimentos necessários na sua rede de distribuição de energia elétrica”. 

A nota ainda diz que, no último dia 15 de junho, a empresa formalizou a proposta final, “que foi manter o atual plano de saúde e criar um segundo e novo plano de saúde cerca de 25% mais barato do que o atual. 

Continua depois da publicidade

Agora, com base na lógica seguida em 2021, a Celesc aguarda que os sindicatos façam suas assembleias e ouçam os empregados sobre a proposta da empresa até próximo dia 30 de junho, para poder dar sequência ao processo. “Caso contrário, a discussão será retomada somente após o ACT de outubro de 2022 e após os novos cálculos atuariais, em janeiro de 2023”. 

O texto finaliza dizendo que, caso haja adesão dos empregados à paralisação, o ponto do empregado será descontado e orienta aos clientes a usarem os canais digitais pela agência Web, que atendem quase a totalidade dos serviços prestados nas lojas físicas, ou pelo call center pelo 08000 48 0120 (assuntos comerciais) e 08000 48 0196 (emergências rede elétrica). 

Leia também

Confeitaria de SC que viralizou após cliente devolver bolo “de mentira” ganha 39 mil seguidores

Gasolina fica mais barata em SC após mudança em impostos; preço caiu até 60 centavos