No bairro Aventureiro, em Joinville, as ruas Guilherme Klein, Jequié, Santa Luzia e Theonesto Westrupp compõem o quarteirão com maior potencial socializador da região Leste da cidade.

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No local, foi construído o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), com recursos do Ministério da Cultura (MinC) e da Prefeitura Municipal de Joinville, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2).

Previsto para inaugurar em outubro, o espaço já está pronto e parcialmente operante, mas ainda não foi oficialmente lançado. O motivo? Segundo o diretor executivo da Fundação Cultural de Joinville (FCJ), Joel Gehlen, o principal entrave é a burocracia:

– Desde junho, formatamos o processo de licitação para compra de equipamentos e móveis e estamos realizando ajustes no documento, conforme orientações e exigências da Caixa Econômica Federal. Apenas após a aprovação da Caixa poderemos lançar o edital para adquirir os materiais. A partir daí, são 45 dias para correr o edital e pelo menos mais 30 para entrega dos itens.

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A grande dificuldade, diz Joel, é orçar. Para que todos os produtos sejam iguais, sem distorções, os itens são minuciosamente especificados, o que torna o processo demorado.

Na compra de computadores para o centro de inclusão digital, por exemplo, os equipamentos devem ter placa-mãe, disco rígido, mouse, teclado e todos os demais componentes de acordo com a solicitação do MinC e da prefeitura. E assim acontece com todo o CEU, da luminotecnia do cineteatro (luzes, som, refletores, equipamentos de projeção) à mobília (mesas, estantes, cadeiras, tapetes, cortinas) do espaço.

– É tudo tão esmiuçado no convênio que gera essas dificuldades. A FCJ tende a atender a essas duas tensões: de um lado, temos esse arcabouço legal que não podemos atropelar; do outro, a angústia em entregar logo o CEU para a comunidade – diz o diretor da fundação.

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A esperança é que o local esteja funcionando até março de 2014, quando dois cursos de formação de técnicos na área de artes estão programados para ocorrer no CEU: um de teatro e outro de agente cultural.

Joel conta que já foram feitas cinco reuniões com a comunidade e, ainda neste ano, outros encontros devem definir a programação do centro.

– Identificamos 42 lideranças que estão interessadas em participar da gestão compartilhada com a FCJ. Estamos licitando uma empresa que vai fazer oficinas para capacitar essas pessoas – diz.

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Em agosto, A Notícia expôs o consumo de drogas como um problema frequente no complexo. De acordo com Joel, a situação amenizou a partir de um trabalho conjunto entre a Secretaria Municipal de Segurança, a Polícia Militar e a comunidade.

Hoje, a subprefeitura Leste e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) já funcionam no local, o que ajuda a inibir os usuários de drogas, além da instalação de câmeras de vigilância.

– Temos que conversar com as pessoas, esta não é uma questão de polícia. Como o CEU foi construído dentro de uma área de conflitos sociais, já sabíamos que iríamos enfrentar problemas do ponto de vista de comportamento. Mas aí tem que entrar trabalho de assistência social, de atrair os moradores para realizarem uso artístico do espaço, com teatro, cinema, quadra de esportes. Ressocializar, reeducar, reintegrar é o papel do centro.

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O QUÊ:

Edificação multiuso de um pavimento, disposto numa praça de esportes e lazer; CRAS; sala multiuso; biblioteca com telecentro; cineteatro com cerca de 120 lugares; pista de skate, equipamentos de ginástica; playground; quadra poliesportiva coberta; quadra de areia; jogos de mesa e pista de caminhada.

QUANTO

Ministério da Cultura: 3,5 milhões

Prefeitura Municipal de Joinville (contrapartida): R$ 161 mil