O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou nesta quinta-feira (12) que a minuta de decreto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), numa tentativa de reverter o resultado das eleições, foi “vazado fora de contexto” e ajuda a “alimentar narrativas falaciosas”.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A proposta foi encontrada pela Polícia Federal na residência do ex-ministro da Justiça durante busca e apreensão realizada na última terça-feira (10). A PF vai investigar as circunstâncias da elaboração da minuta.
Em rede social, Torres disse ainda respeitar a democracia brasileira e disse que em sua casa havia uma pilha de documentos para descarte.
Quem é o catarinense apontado pela AGU como financiador de atos golpistas em Brasília
Continua depois da publicidade
“No cargo de ministro da Justiça, nos deparamos com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos. Cabe a quem ocupa tal posição, o discernimento de entender o que efetivamente contribui para o Brasil. Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP [Ministério de Justiça e Segurança Pública]”, escreveu no Twitter.
“O citado documento foi apanhado quando eu não estava lá e vazado fora de contexto, ajudando a alimentar narrativas falaciosas contra mim. Fomos o primeiro ministério a entregar os relatórios de gestão para a transição. Respeito a democracia brasileira. Tenho minha consciência tranquila quanto à minha atuação como Ministro”, afirmou.
Equipe de SC enviada para acompanhar golpistas presos incluiu 4 defensores e uma advogada
O material apreendido tem indicação de ter sido feito após a realização das eleições e teria objetivo de apurar abuso de poder, suspeição e medidas ilegais adotadas pela presidência do TSE antes, durante e depois do processo.
De acordo com fontes ouvidas pela Folha de S.Paulo, o documento cita o restabelecimento imediato da lisura e correção da eleição de 2022.
Continua depois da publicidade
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta semana a prisão de Torres.
Leia mais
Bolsonaro gastou R$ 19 mil em padaria de Florianópolis com cartão corporativo
Valor milionário gasto por Bolsonaro no cartão corporativo inclui de hotéis a sorvetes