Parecia que o Figueirense jogaria uma decisão. A torcida de mobilizou para rever a equipe em campo no Orlando Scarpelli, depois do WO, greve e outras manifestações por conta dos atrasos no pagamento de salários dos jogadores e funcionários. No entanto, minutos antes de consumado os 2 a 2 do Figueira com o CRB, neste sábado, pela Série B, os torcedores mudaram os gritos e fizeram seus protestos por conta da crise financeira que assola o Figueira.
Continua depois da publicidade
A torcida organizada cantou o nome de todos os jogadores alvinegros antes da bola rolar. Não é novidade, tampouco foi diferente de outras partidas. Mas o ato tinha outro significado.
Foi o gesto de união com os atletas, reforçado pelo ocorrido mais de uma hora e meia antes da partida.
Os torcedores foram para o portão de acesso dos atletas e fizeram uma calorosa recepção ao ônibus que levou a delegação ao Orlando Scarpelli, como se o estádio recebesse uma decisão.

Foram apenas 2,9 mil torcedores no estádio na noite deste sábado. Mas eles foram atuantes. Como os atletas em campo, deram o máximo possível ao redor do gramado. Com apenas 13 minutos de jogo, eles apresentaram três faixas de protesto, mas sem mudar o tom dos cântico.
Continua depois da publicidade
Em duas pediram a saída do presidente da empresa gestora do futebol do Figueirense, Cláudio Honigman, e do diretor de comunicação e marketing Bruno Ribeiro, e em outra mandaram um recado: "Time do povo desde 1921". Elas ficaram expostas até o final do confronto.
A torcida foi incansável. Não parou de cantar, apoiou a equipe o tempo todo. Vibrava até quando a defesa fazia um corte providencial. Mas mais ainda aos 28, quando Willian Popp abriu o placar. A torcida aplaudiu o gesto dos atletas, que se abraçaram com os do banco de reservas e comissão técnica.
Sem parar de cantar
Nem o tento do empate, aos 41 do primeiro tempo do ex-Figueirense Ferrugem, arrefeceu o entusiasmo que os alvinegros das arquibancadas passavam aos do campo. Mas o esforço do lado de fora de campo foi recompensado. Depois de Fellipe Mateus empurrar a bola para as redes, aos seis minutos do segundo tempo. O autor do gol e os demais jogadores foram próximos da torcida organizada, que ditava o ritmo do apoio alvinegro nas arquibancadas.
No entanto, minutos depois do gol da segunda igualdade regatiana e com o Figueirense sentindo em campo a semana sem treinos regulares por conta das manifestações, a organizada foi para o mais próximo o possível das sociais do Scarpelli para protestar.
Continua depois da publicidade
Depois de batidas nas grades, começaram os coros contra os conselheiros, ao presidente do Conselho Deliberativo, Chiquinho de Assis, além de Honigman e Ribeiro, alvo das faixas. A esta altura, policiais militares estavam do outro lado para garantir segurança — sem qualquer atrito. O jogo terminou com gritos de "vergonha" relacionados aos conselheiros e dirigentes. Só parou para o aplauso aos jogadores pela entrega dentro de campo.
— Cumprimos o objetivo de nos entregar, de representar a nação alvinegra. Queríamos a vitória, mas não deu. Temos de nos focar em campo para voltar a ganhar na Série B. A gente vai gastar energia e até o ultimo pingo de suor por isso. A luta continua e vamos voltar a ter o Figueirense vencedor que merece — garantiu o zagueiro Ruan Renato antes de deixar o gramado, em entrevista à CBN Diário.
O próximo jogo, desta vez longe da torcida, será às 20h30min de terça-feira. O Figueirense vai enfrentar o Operário, em Ponta Grossa (PR).
Continua depois da publicidade