Discordo quando a Copa das Confederações é encarada como evento-teste para o Mundial 2014. Faz mal para o torneio, bem maior do que isso. Por isso mesmo, a torcida presente nos jogos no Recife merecia mais respeito. Nos três jogos realizados na capital pernambucana, o plano de mobilidade até a Arena Pernambuco merece, sendo gentil, nota 5. Com destaque negativo para o primeiro confronto, Espanha x Uruguai.

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– Passei quatro horas para fazer o percurso do estádio à minha casa – relatou o torcedor André Farias, que mora no centro do Recife. André usou o metrô.

O novo estádio começou a competição com falhas injustificáveis. As improvisações passaram por poeira de obra em diversos lugares e banheiros sujos, chegando a dificuldades no centro de imprensa, com ar-condicionado barulhento e dezenas de televisores sem som, apenas com imagens, o que impediu jornalistas de ouvir entrevistas de jogadores e técnicos.

A infraestrutura do Recife, com CTs afastados do centro hoteleiro e de difíceis acessos, foi outro problema, bastante criticado pelo treinador uruguaio Óscar Tabárez e pelos jogadores.

Mas nem tudo foi ruim. Pode-se aproveitar o que deu certo, como os polos espalhados pelo município, que transmitiram algumas partidas, e a utilização de novos estacionamentos e ônibus, estratégia utilizada no decorrer da competição para se chegar à arena.

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Com o fim da participação da cidade na Copa das Confederações, a desculpa de evento-teste terminou. O governo deve ter aprendido que não se desenha um plano de mobilidade com apenas uma alternativa de transporte público: no caso, o metrô.