No hall de um hotel de oito andares de Salvador, plantado na beira do mar do boêmio Rio Vermelho, quatro estrangeiros destoam da maioria de alemães, belgas, holandeses e americanos que dominam 90% dos quase 300 apartamentos do estabelecimento. São morenos e tem cabelos escuros. As camisas da seleção da Costa Rica revelam o endereço do quarteto.
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– Viemos para sonhar, acho que já podemos – diz Sanchez Vegas, 33 anos, que recebe o imediato o ok dos amigos depois da afirmação.
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– Vai ser 2 a 1, vamos vencer – afirma Luis Gonzales, 26 anos, que mora na capital San José e conta que os quase cinco milhões de habitantes do país estão parados. Esperam o maior jogo da vida da Costa Rica, que tem apenas três presenças em Copas do Mundo no currículo.
Eles enfrentaram uma desgastante viagem aérea de quase 12 horas. Saíram do seu país na América Central, pararam no Panamá, trocaram de avião em São Paulo e chegaram à capital baiana na noite de quinta-feira. Tomaram um banho, trocaram de roupa e buscaram a noite em Salvador.
Greivin Sanchez, 28, já exibia um copo de caipirinha na mão esquerda.
– Pênaltis, vamos ganhar depois de cinco cobranças.
Um dos mais falantes, Hermes Prera, 37 anos, garante que mais de cinco mil conterrâneos estarão ao lado da seleção na Arena Fonte Nova, a partir das 17h deste sábado.
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– Muita gente está chegando. Vamos formar uma multidão no estádio. Ninguém vai conseguir calar o nosso grito.
Eles estão animados, só falam na partida, trouxeram várias camisetas da seleção e não tem medo de mais nada.
– Superamos três campeões mundiais, Itália, Uruguai e Inglaterra, Podemos ganhar de um que nunca venceu a Copa. Quem tem Navas, Ruiz e Campbell não teme nada – admite Prera.
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Minutos depois, já na rua, eles interrompem o barulho das ondas do Rio Vermelho e lançam os gritos de guerra da seleção da América Central:
– Ticos, ticos, ticos!
Na frente do hotel, entre baforadas de cigarro e goles de cerveja brasileira, sentados em dois grandes bancos de madeira, os europeus fingem que não ouvem.
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