Se os deuses do futebol assim desejarem, o enfrentamento de Brasil e Argentina na final do Mundial já teve um ensaio. Sábado, em Brasília, a Bélgica foi coadjuvante dentro de um Estádio Mané Garrincha que em algumas vezes parecia Maracanã, em outras Monumental de Nuñes.
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Os argentinos enfrentavam os belgas dentro de campo, mas fora dele duas torcidas duelavam por Pelé e Maradona, por Messi e Neymar, entoavam cantos que não eram, nem de perto, dirigidos a Mirallas, Hazard, Fellaini e companhia.
Estes, os vermelhos, derrotados por 1 a 0, gol de Higuaín, voltaram para casa. Azuis e brancos, por sua vez, enlouqueceram antes, durante e depois. Mas em minoria no estádio que tinha mais manchas amarelas do que celestes, eles tiveram que gritar ainda mais alto do que já fazem normalmente para equilibrar a disputa com brasileiros.
De um lado: “Mil gols, mil gols, mil gols, só Pelé, só Pelé…”.
De outro: “Maradona és más grande que Pele…”.
Por maior que seja a rivalidade, por infinito que seja o antagonismo, os argentinos nos querem como adversários no Maracanã.
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As palavras do jornalista do Canal 26, José Fernández, sintetizam o estado de espírito dos argentinos:
– Fizemos uma enquete em Buenos Aires e o resultado foi incrível: 100% dos entrevistados querem enfrentar o Brasil. É como uma aposta em roleta, se ganhamos, aplicamos algo maior que o Maracanazo, se perdemos é apenas uma final de Mundial. Só temos a ganhar.
Esse é o pensamento dos argentinos. Todos garantem: querem o Brasil na final, sonham com isso, comem e dormem pensando em um duelo épico.
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Assim era antes de enfrentar a Bélgica nas quartas de final, assim será antes de enfrentar a Holanda.
E chegariam ao extremo de torcer pelo Brasil diante da Alemanha? A resposta novamente é sim.
Augustin Blanco, engenheiro que morou seis anos em São Paulo, chegou com os filhos para encarar a Bélgica e se disse preocupado:
– Nós argentinos só pensamos, só sonhamos, só queremos imaginar uma final com Brasil. E sem Neymar fica muito mais difícil para vocês passarem pela Alemanha. Até é possível apelar para a garra, que deve aumentar depois de perderem Neymar, mas ficou muito difícil, esperamos que consigam, pois têm bons jogadores para tentar superar a perda.
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Os dois lados cantaram alto, fizeram provocações e estão na semifinal. Se vão à final, segue como desejo mais dos hermanos do que dos brasileiros.
Mas seria a final perfeita de Copa do Mundo.