Ao sair na rua neste sábado à tarde em Blumenau, ninguém se daria conta de que a seleção brasileira estava em campo pelo terceiro lugar da Copa do Mundo. O deserto das ruas durante os últimos jogos foi trocado por uma cidade movimentada, que demonstrou-se desatenta ao jogo. Os bares também não estavam tão cheios e as torcidas, nem um pouco empolgadas. A ressaca da última terça-feira, quando o Brasil foi goleado pela Alemanha, foi completada de vez neste sábado, quando a seleção canarinho perdeu novamente para a Holanda.

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O alemão Uwe Simon, 53, escolheu um restaurante na Vila Germânica para acompanhar o último jogo da seleção brasileira. Era um dos poucos empolgados com o jogo, talvez pelo fato da vaga da sua seleção já estar reservada na grande final. Em sua avaliação, o povo brasileiro está muito acostumado a querer somente o primeiro lugar nas competições.

– Na Alemanha, estaríamos torcendo muito se o nosso time estivesse disputando a terceira colocação – explicou o fotógrafo que mora há quatro meses na cidade e estava acompanhado da esposa Márcia Simon, 46.

A advogada disse acreditar que esse seria o momento ideal para o Brasil redimir-se do último vexame. Nesse momento, a seleção já tinha levado dois gols.

– Estou decepcionada. É a ausência de ataque. Parece que o Felipão não consegue construir um time – reclamou Márcia.

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O casal conheceu-se em Buenos Aires há três anos, casou-se na Alemanha e escolheu Blumenau para construir a nova vida no Brasil.

Torcidas estavam desmotivadas

Os torcedores que escolheram os bares da Itoupava Norte para acompanhar o desempenho da seleção estavam longe da empolgação dos últimos jogos. Os amigos Ricardo Colzani, 21, e David Hillesheim, 19, encontraram no jogo uma oportunidade de ir ao bar.

– Sou brasileiro, mas desde o início da Copa também torcia para a Alemanha. Perder em casa foi difícil – lamentou David.