Em julgamento nesta quinta-feira, 6, o barbeiro Leone Mendes da Silva foi condenado a dez anos de prisão em regime fechado. Destes, oito anos são pela tentativa de homicídio e dois anos por crime ao estatuto do torcedor e por incitar a violência em eventos esportivos e culturais. O júri popular ocorreu no Fórum de Joinville, cidade onde ocorreu a violência pela qual ele foi condenado.
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Leone participou da briga generalizada que ocorreu em uma partida entre o Atlético Paranaense e o Vasco. O time do Paraná já havia sido condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva após uma briga entre torcedores registrada em um jogo contra o Coritiba e, por isso, perdera mandos do campo, o que levou o jogo contra o Vasco a acontecer em Joinville. Depois de apenas 15 minutos de jogo, a briga entre as torcidas começou e Leone foi identificado como um dos agressores de um torcedor do Atlético Paranaense.
Durante a sessão, o representante do Ministério Público dispensou as 10 testemunhas previstas para este júri. Leone não foi preso imediatamente: o juiz Gustavo Aracheski deu cinco dias para o Leone recorrer. A prisão preventiva já está decretada logo após o recurso. De acordo com a assessoria, que leu a sentença:
"O réu está solto, compareceu ao julgamento e foi intimado em domicílio conhecido, por isso não há necessidade de prisão imediata" escreveu o juiz.
Em cinco dias úteis será expedido o mandado de prisão, se ele não apresentar pedido de recurso. O réu foi absolvido de outro crime: dano qualificado contra patrimônio público.
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Este caso teve grande repercussão nacional, na época, devido às fortes imagens de torcedores na arquibancada sendo carregados por meio de macas. O motivo fútil das agressões foi reconhecido como circunstância qualificadora do crime.
A acusação ficou a cargo do Promotor de Justiça, Marcelo Sebastião Netto de Campos, que apresentou vídeos e jornais que retrataram este episódio na Arena Joinville. A defesa contou com os advogados Pedro Wellington Alves da Silva e Jonathan Moreira dos Santos, que reforçaram a tese de que o torcedor vascaíno não veio assistir à partida de futebol com a intenção de agredir o outro torcedor.
Nesta ação do Ministério Público, inicialmente, foram denunciados três torcedores do Vasco da Gama. Contudo, houve o desmembramento do processo em três, ou seja, no júri do dia 6 de dezembro, apenas um deles foi levado à júri. O segundo denunciado está recorrendo no Tribunal de Justiça de SC. O terceiro terá audiência de instrução no dia 12 de dezembro, na Comarca de Joinville.