Rubens Nascimento, 84 anos, guarda em casa fotos, bonés e outras lembranças dos países que já visitou. Mas é a união de duas paixões, a viagem e o futebol, que explica o fato dele ter assistido a todas as Copas do Mundo desde 1950, no Brasil.

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– Lembro que cheguei ao Maracanã três horas antes da partida de abertura e não nos deixaram entrar. Enquanto isso, ouvíamos barulhos de andaimes descendo. O estádio

não estava pronto-, relembra.

As aventuras de Rubens pelas Copas do Mundo também têm outro personagem: Noemi Nascimento, 74 anos, esposa do fanático. Ela passou a acompanhá-lo nas jornadas futebolísticas e hoje o ajuda a relembrar alguma das peripécias vividas durante uma das maiores competições do mundo.

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Em 1970, no México, por exemplo, Rubens ia de carruagem para o estádio. E a experiência o ajudou a ser um conselheiro aos turistas:

-Nós sempre ficamos em hotéis perto das estações de trem. É mais fácil de visitar os lugares.

Nas Copas do Mundo, Rubens chegou a ficar 30 dias conhecendo o país-sede e acompanhando os jogos da Seleção Brasileira. Até 1986, ele comprava os ingressos para os jogos da Copa nos próprios estádios.

Outra lembrança de Rubens e Noemi pode servir como sugestão para o Brasil no próximo ano: organizar a Copa tal qual a Coreia do Sul e o Japão fizeram em 2002.

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-Quando saímos do avião pediram para que não saíssemos do aeroporto sem ir ao setor de informações-, revelam.

No local, foram recebidos por uma série de voluntários, que falavam o português.

-Eles foram muito organizados.

Para Noemi a melhor parte de ir aos estádios não é acompanhar os jogos, mas a festa.

-O pessoal vai preparado, faz piquenique nos estádios, trocam brindes – camisetas, bonés, e a festa se prolonga na cidade inteira-, conta.

Paixão no papel

A paixão pela Copa do Mundo foi fonte de inspiração para alguns livros de Rubens. O “Futebol sem Segredo” serviu mais como presente aos amigos. Outro, já pronto, se resume às folhas sobre sua escrivaninha. A publicação resgata as lembranças e fatos

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divertidos das viagens durante as Copas do Mundo.

O único momento não registrado por Rubens foi a Copa do Mundo na África do Sul, em 2010. A razão de não ter acompanhado o torneio, segundo ele, está relacionada ao novo “futebol “brasileiro”.

-Futebol não é motivado pela tecnologia, mas sim pela paixão e pela emoção.

Segundo Rubens, o futebol apresentado pelos comandados de Luiz Felipe Scolari é europeu. E por essa razão, ele ainda não confirma a participação nos jogos da Copa no

Brasil. Mas Dona Noemi entrega:

-Estaremos lá sim. Será uma festa linda.

Hoje, Rubens é treinador dos juniores do Navegantes Esporte Clube. No desafio, tenta resgatar esse “futebol brasileiro” que ele aprendeu a admirar e que percorreu o planeta durante os mundiais.

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-Quero trazer o futebol de antes, que tinha coragem de ser jogado-, conclui.