O que o você faria pelo seu time de coração? Como surgiu a sua paixão? Quanto você já investiu em produtos do seu clube? Perguntas difíceis, não é mesmo? Fica mais fácil responder quando o seu time vai bem, mas tente fazer este exercício com os torcedores do Joinville. Como eles sofreram nos últimos anos. Dois rebaixamentos, uma eliminação precoce na Série C, campanhas desanimadoras no Estadual.
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O sofrimento, no entanto, não diminuiu o interesse do projetista Diego Cagnetti. No domingo, ele estará na Arena, às 16h, para acompanhar a estreia na Série C contra o Ypiranga–RS. Aos 30 anos, ele caminha no sentido oposto de alguns torcedores. Se parte dos tricolores abandonou o clube, ele continua marcando presença em todos os jogos. Se houve gente que deixou de vestir a camisa, ele fez o contrário: montou uma coleção delas. Diego é o exemplo da esperança de um futuro melhor para o Tricolor.
O projetista ainda recorda com carinho do início da paixão. Foi pela mão do pai, na década de 1990, que ele era carregado para o Ernestão. Desde então, passou a jogar junto com o time. Mas ser assíduo não foi suficiente. Era preciso demonstrar mais o tamanho desse amor. E ele caprichou: hoje ostenta uma coleção de 130 camisas do JEC. As peças são de todas as décadas dos mais de 40 anos do Tricolor.
– Enquanto adolescente, ganhei de aniversário do meu pai camisas do JEC. Sempre usava elas e não deixava minha mãe dar para ninguém, mas não no intuito de colecionar, era só pra ter sempre uma diferente para usar. Depois de tantas camisas guardadas vi que seria legal colecionar e então comecei a comprar camisas para colecionar.
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Objetos raros e de colecionador
Entre as peças mais raras está a camisa usada pelo ex-jogador Vargas em 1979 e 1980. No entanto, é outra camisa a preferida de Diego.
– Destaco a de 1985, usada pelo Wagner Oliveira, no Campeonato Catarinense. Ela é muito especial porque foi usada na campanha do octacampeonato – recorda o torcedor do Joinville.
Além da coleção, Diego ainda faz questão de incentivar o filho a seguir os mesmos passos. Tudo para garantir que a paixão pelo JEC seguirá de geração em geração e para evitar que o jovem torcedor fique desiludido como tantos outros tricolores nos últimos anos.
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– Chegamos à elite, que era um sonho, e de lá pra cá foram muitas desilusões. Agora, o JEC vai ter que reconquistar a confiança do torcedor e isso só irá acontecer com um trabalho sério e transparente por parte da diretoria – projeta.
Com tanto sentimento envolvido, ele confia num futuro melhor. Neste domingo, voltará a vestir uma das 130 camisas que possui e torce para que outros tricolores sigam o seu exemplo. Tudo pelo sonho de um apaixonado.
– Meu grande sonho é ver o JEC novamente na elite do futebol brasileiro e se firmando por lá. E ganhando muitos títulos também, é claro. Passo a passo, com a união de todos, chegaremos lá.
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