“Me senti como um bandido”. Esse é o relato do representante comercial Joel Meneghelli, 37 anos, morador de Apiúna que foi até a Arena Joinville acompanhar o time de coração. Vascaíno, ele teve a companhia do filho Igor, de 11, que torce pelo São Paulo. Os dois estavam ao lado de onde a confusão entre as torcidas se concentrou e tiveram que fugir para evitar que algo mais grave acontecesse com eles.
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– Viajei 150 km, paguei R$ 150 por um ingresso da arquibancada, o que é um absurdo, e saí escorraçado da Arena com meu filho no colo e chorando muito. Me senti como um bandido – desabafa.
Era para ter sido a primeira vez de Igor em um estádio. Mas os dois viram apenas os 15 minutos iniciais de jogo. Joel diz que não lembra quem ou como a confusão começou. Os dois estavam atrás do gol defendido por Alessandro, do Vasco, e viram quando um grupo grande de torcedores do Atlético vinha em direção a eles.
– Só lembro que de repente começou a vir muitos torcedores do Atlético/PR em nossa direção. Foi quando o pessoal da Força Jovem (organizada do Vasco) passou pela gente e disse que eles dariam conta. Era muita gente do outro lado e começou um empurra-empurra, nos sentimos esmagados. Eu não corri para não correr o risco de cair, só protegi meu filho e ficamos ali, até conseguir sair.
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Os dois tiveram que pular uma grade para chegar até o acesso que leva até os fundos da Arena. Joel lembra que o menino chorava muito e diz que não quer mais voltar a um estádio.
– Não tem como levar uma criança. Na hora até pensei “pronto, agora vão matar meu filho”. Tinha muita família naquele lugar, crianças, idosos, parentes de jogadores. Foi algo horrível.