A promotoria de Tóquio confirmou nesta terça-feira (noite de segunda no Brasil) a detenção de Carlos Ghosn, conselheiro delegado da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, por suspeita de ocultação de rendimentos.
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Segundo um comunicado, o empresário, de 64 anos, “conspirou para minimizar sua remuneração em cinco ocasiões, entre junho de 2011 e junho de 2015”. Foram declarados ao fisco 4,9 bilhões de ienes (37 milhões de euros, segundo o câmbio atual), mas Ghosn havia ganho quase 10 bilhões de ienes nesse período, informou a promotoria.
O todo-poderoso dirigente foi detido na segunda-feira depois de uma investigação interna realizada pela Nissan, que enviou os resultados à promotoria.
Em coletiva de imprensa à noite, o presidente executivo da fabricante de automóveis japonesa, Hiroto Saikawa, também mencionou “outras malversações, como o uso de bens da empresa para fins pessoais”.
Saikawa dirigiu duras palavras a seu ex-mentor, Carlos Ghosn, que caiu em desgraça por concentrar muito poder, em suas palavras.
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“É um problema que se tenha dado tanta autoridade a uma única pessoa”, declarou na sede do grupo, em Yokohama (arredores de Tóquio), denunciando “o lado obscuro da era Ghosn”.
O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, considerou “a situação extremamente lamentável” e se recusou a comentar o aspecto judicial do caso.
* AFP