O prefeito Topázio Neto (PSD) reafirmou promessas da campanha como um novo hospital no Norte da Ilha, ampliações nas rodovias SC-401 e SC-404, e admitiu mudanças nos projetos ligados ao Restaurante Popular e à assistência às pessoas em situação de rua. As informações foram dadas em entrevista ao Jornal do Almoço, da NSC TV, nesta segunda-feira (7). A conversa no dia seguinte à vitória do prefeito da Capital nas Eleições 2024. Topázio foi reeleito em primeiro turno, com 58,69% dos votos.
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Leia abaixo a íntegra da entrevista de Topázio com os aprsentadores Raphael Faraco e Laine Valgas:
Prefeito, agora o nosso olhar é daqui para a frente. Qual vai ser a sua primeira medida ao tomar em 1º de janeiro?
Como eu dizia na campanha, daqui pra frente é só pra frente. A partir de 1º de janeiro nós temos compromissos assumidos com a população e que nós vamos honrar. Eu assumi compromissos na área da saúde, na área da mobilidade, na área da educação, e todos esses compromissos já estão sendo planejados para que a gente possa ter efetivamente um grande mandato pela frente. Nós vamos aproveitar esse final de ano para desenhar como que nós vamos fazer. Já tem muita coisa encaminhada, mas eu tenho compromisso inicial por com a área da saúde. Nós construímos o Multihospital no Sul da ilha, no antigo aeroporto, e nós vamos fazer no Norte da Ilha o nosso Multihospital do Norte da Ilha. Já está sendo desenhado junto com a nossa Secretaria de Saúde, com técnicos do governo do Estado também, na parceria que nós temos e inicia já no início do ano que vem.
O senhor falou muito sobre essas três prioridades, na área da mobilidade, na educação e na saúde. Na saúde, o Multihospital do Norte da Ilha. Na educação, foco total em vagas em creches para atender todo mundo. Na mobilidade, o senhor falou da SC-401 e há outros projetos também. Essas promessas, o senhor garante, sairão do papel? E o que que é prioridade?
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Sim, são mais do que promessas, são compromissos assumidos pelo prefeito que se reelegeu. Na área da mobilidade, nós estamos com um foco grande na SC-401. Já estamos fazendo uma via exclusiva que vai do antigo pedágio até a entrada de Ratones, Jurerê e Daniela. Então, vai desafogar muito aquele trânsito que ficava bastante confuso na entrada de Jurerê e Daniela. Além disso, o governo do Estado já terminou o projeto e vai licitar a terceira via da SC-401 do trevo do CIC até o trevo de Santo António (de Lisboa). Obviamente que essa é uma obra de um ano, um ano e meio. Ela não vai ficar pronta agora, mas já iniciam as obras logo depois da temporada para que a gente tenha tempo de ir fazendo aos poucos. Mas a mobilidade não é só isso. Nós temos a SC-404, na frente do Cepom, do Jardim Botânico. Quem mora no Leste da Ilha, Lagoa e vai para o Centro da cidade sabe que todo dia de manhã cedo a gente tem um trânsito muito ruim ali, e no final da tarde também, porque são várias entradas na pista que dificultam, no Itacorubi. Ali nós estamos terminando o projeto, vamos fazer as pistas adicionais. Tem uma parte de desapropriação ali, mas vamos até a Epagri com mais área para que os carros possam passar, fazendo duas grandes obras ali para resolver esse problema.
Os professores estão aguardando por essa pergunta sobre os concursos de 2019, 2023. Segundo eles, muitos até agora não foram chamados. Eles estão sem saber o que vai acontecer.
Bom, nós chamamos muitos professores dos últimos concursos. Chamamos milhares, eu diria. Nós estamos agora avaliando. Nós devemos abrir novos concursos para o ano que vem. Na área da saúde, na área da educação, estou agora com concurso aberto para técnico da Floram. Então, isso é uma questão nossa que passado o período eleitoral… Vamos lembrar que no período eleitoral você nem pode abrir, nem pode chamar. Porque estamos no período eleitoral. Eu vou ver quantas vagas nós ainda temos, quantos concursados ainda sobram dos últimos concursos, que a gente chamou muita gente. Às vezes eu tenho que concursar determinadas áreas que não tenho vaga na prefeitura. Essa avaliação nós vamos fazer agora e o meu compromisso com quem está nos ouvindo é divulgar claramente isso até o final do ano. Então as pessoas vão saber: passei num concurso de 2019, vou ser chamado ou não vou ser chamado? Isso nós vamos divulgar até o fim do ano para que ninguém fique em dúvida.
Veja fotos da entrevista do prefeito Topázio
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Em relação a tempo, o senhor tem uma segurança agora. Consegue planejar mais e esses projetos passam, por exemplo, pela Câmara municipal. O senhor, em princípio, deve ter muita tranquilidade para trabalhar. Estamos em 5 vereadores eleitos em partidos tradicionalmente de esquerda. Então, contam com 17, 18 de 23 vereadores de sua base? É mais ou menos esse o número que o senhor trabalha?
Esse é o número que eu trabalho, mas eu diria o seguinte: quando o projeto é um projeto para a cidade, eu converso com todos os vereadores, inclusive os da oposição.
Porque o vereador é eleito para representar uma parte da sociedade, ele tem que avaliar bem o projeto. É claro que com uma base como nós fizemos agora nessa eleição, com 17, 18 vereadores, é muito mais fácil ter uma discussão. E, no final do dia, na democracia, vale a maioria. E a maioria da Câmara é uma Câmara consciente. Foi eleita dentro da composição política que nos elegeu também, com os mesmos objetivos, os mesmos propósitos. Então, vou continuar trabalhando com a Câmara como eu sempre fiz: abertura para diálogo, discussão das ideias, direito ao contraditório, tanto da minha parte quando da parte dos vereadores. Nós vamos construir a cidade nisso aí.
O senhor já pensa em alguma mudança no governo? Pode adiantar algum secretário, alguma mudança que pretende fazer?
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Bom, na realidade o que que acontece? Nós nos comprometemos com uma série de obras, uma série de assuntos para a próxima gestão. Eu tenho que agora desenhar a prefeitura de maneira que ela tenha condições de entregar tudo aquilo que foi prometido e compromisso com o eleitor. A partir desse novo desenho da nossa estrutura para o ano que vem é que eu vou olhar, obviamente, os nomes que tenho à disposição. Agora, eu queria garantir o seguinte: primeiro, sempre que houver um servidor público qualificado em áreas estratégicas da prefeitura eu vou dar preferência. Segundo, a competência do secretário, do secretário-adjunto, vai ser muito levada em consideração na hora que a gente definir os novos cargos e quem vai ocupar.
O senhor esteve muito mais próximo do governador Jorginho Mello, mais agora na reta final da campanha, e do próprio Filipe Melo, que coordenou a campanha. Da sua campanha, é possível que tenha nomes indicados pelo governador ou que o próprio Felipe também participe da gestão de alguma forma?
Eu penso que o Felipe (Mello) seria um grande nome para qualquer governo, mas o Felipe tem lá os compromissos profissionais dele já, em determinado momento não quis assumir no governo do Estado. O que vai acontecer é o seguinte: nós fizemos e temos uma parceria muito importante no governo do Estado. Vamos lembrar que o governo do Estado está dentro da cidade. O governo só de rodovias estaduais, são mais de 120 quilômetros de rodovias estaduais dentro da cidade. Então, é importante que o prefeito da Capital tenha uma proximidade com o governador. E agora, na montagem do nosso governo, obviamente nós vamos olhar também a relação das forças políticas, mas sempre com critérios técnicos para ocupar as pastas da prefeitura. Eu tenho quatro anos. Parece muito tempo, mas eu aprendi rapidamente que quatro anos passam voando. Eu tenho que planejar o que eu quero fazer nos quatro anos de agora até final de abril, maio.
Serão quatro mesmo?
Quatro anos. Esse é um compromisso que já assumi na campanha e reforço aqui, olhando o seu olho, de quem está assistindo a essa entrevista. Eu fui eleito para ficar quatro anos na prefeitura. Por um simples motivo: Florianópolis precisa de um prefeito que fique quatro anos.
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Como está a saúde financeira do município?
A saúde financeira da prefeitura é muito boa. Apesar dos meus adversários terem passado 45 dias dizendo que a prefeitura estava quebrada, nós inauguramos hospital, antecipamos o 13º, o salário de todo mundo da prefeitura está em dia, não falta nada na cidade. As questões normais da cidade. Vamos lembrar que esse é o último ano de mandato, então sempre é um ano mais difícil para qualquer gestor público, porque ele tem que deixar as contas todas em ordem até o final do ano. Então, a saúde da prefeitura está muito em dia. Temos uma dívida que nós estamos reduzindo. Não é preocupante, nós poderíamos ter uma dívida três vezes a dívida que a cidade tem. Agora, o importante é: nós temos recursos do governo do Estado, do governo federal para fazer as obras. Temos financiamento já contratados. As obras que estão caminhando continuam normal. Já temos financiamento para tudo com o que eu me comprometi na campanha. Todas elas eu tenho financiamento aprovado.
Os prefeitos das maiores cidades da região foram reeleitos. Dá para estreitar ainda mais essa relação com ações práticas, inclusive para melhorar, por exemplo, a mobilidade?
É muito interessante que você lembrou, né? Todos os prefeitos da região metropolitana foram reeleitos. Nós temos uma conversa muito franca e aberta entre nós todos. Um pouco interrompida no ano passado em função primeiro da eleição para o governo do Estado, depois da própria eleição para prefeito. Mas eu quero, tão logo passe essa semana, convidar o prefeito Orvino, o prefeito Freccia, o prefeito Salmir lá de Biguaçu, não só os quatro, mas a gente tem outros 22 prefeitos na região metropolitana, mas a gente retomar, principalmente nesses quatro municípios, as discussões com relação principalmente à mobilidade. Agora que a gente tem um Contorno de Florianópolis funcionando, nós tiramos muitos caminhões aqui da BR-101. Dá para a gente começar a pensar novamente no fluxo de transporte coletivo, em ter entroncamentos da entrada da cidade para que não precisem entrar todos os ônibus que vêm de Biguaçu, Palhoça, São José. Todos vêm até o terminal central, poderiam ficar lá no continente e a gente ter linha direta para trazer do Continente até o Centro de Florianópolis. Então, essa discussão, chamando também o governo do Estado para a discussão, que é parte integrante dessa discussão intermunicipal, para que a gente possa ter aí um encaminhamento na questão da mobilidade.
Como é que o senhor pretende reduzir as filas na saúde?
Bom, esse é um tema importante, eu sei que você já percebeu que nos nossos postos aqueles exames laboratoriais, exame de sangue, nós já colocamos todos em dia. Hoje você consegue fazer exame laboratoriais na mesma semana. Nós ampliamos também o nosso Alô, Saúde. Hoje você tem médicos do Alô, Saúde e pode marcar o retorno da sua consulta para mostrar o exame para o médio pelo Alô, Saúde, então se você fez exames, liga no 0800 da nossa saúde e marque o seu retorno. Nós vamos marcar essa consulta para você.
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Além disso, o nosso Multihospital já tem começado a reduzir muito a fila dos exames especializados. Nós estamos contratando com a rede privada aquilo que dá para contratar. Mas também a rede privada está com uma demanda muito grande. Por exemplo: nós compramos e está chegando o mamógrafo que vai ser instalado na Clínica da Mulher e da Criança até o final do ano, para a gente reduzir drasticamente as filas de mamografia no Centro da cidade. Colonoscopia e endoscopia, além de contratar, nós estamos comprando equipamentos próprios, colocando no Multihospital. Então, uma grande força-tarefa para a gente reduzir essas filas e dar conforto à população.
Prefeito, tema frequente nas campanhas e também nos debates, e que de fato é polêmico: a situação dos moradores de rua. Agora reeleito, o senhor reavalia o projeto, faz alguns ajustes, algumas adaptações?
Bom, eu vou continuar implementando o projeto, agora com muito mais foco, com muito mais energia. Nós vamos fazer algumas revisões importantes, como por exemplo em nosso Restaurante Popular. Preciso adequar o Restaurante Popular. Ele precisa voltar às de origens da forma que ele foi desenhado. Então ali eu vou fazer algumas modificações. Eu fiz uma estrutura grande lá na Passarela da Cidadania, que pode assumir toda a parte de moradores de rua em termos de alimentação. Então, nós vamos deslocar as pessoas em situação de rua para a Passarela, para que elas tenham alimentação para a passarela. Por que que isso é importante? Porque lá está toda a estrutura de assistência social. Cada vez que uma pessoa em situação de rua vai fazer a alimentação, vai tomar um café, vai almoçar, jantar, é uma chance que nós temos de abordá-lo para que ele venha fazer parte de um dos nossos programas. Ou um programa de capacitação, ou se ele quiser retornar para o seu município, eu posso comprar a passagem e fazer todo o trâmite legal para que ele retorne. Ou a gente conhecer um pouco melhor a pessoa que está em situação de rua. Então nós vamos intensificar esse trabalho, vamos continuar fazendo o trabalho que a gente tem feito, só que de forma mais intensa.
Falando um pouquinho mais para a educação, perfeito. A questão do Ideb. Como o senhor pretende trabalhar para melhorar esse índice?
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Laine, olha, a questão do Ideb é uma questão, como você disse, não é uma questão só da prefeitura. Na prefeitura tem uma grande parceria dos professores e diretores e servidores para que a gente melhore. O que eu tenho hoje que eu não tinha no passado é uma radiografia muito mais apurada da questão do Ideb. E é fácil de explicar. Antes o Ideb era apurado só em algumas escolas. Nós conseguimos, na última edição do Ideb, fazer testes nas escolas inteiras (em todas). Então hoje a gente sabe qual é a escola que está melhor, qual é a escola que está pior, de que maneira nós vamos construir. E eu vou construir isso com os professores e com as famílias. Em breve a gente vai apresentar um grande plano de recuperação do Ideb mostrando como é que a gente vai crescer.
Prefeito, para finalizar, há novidades para as festas de fim de ano? O senhor já pensa nisso?
Bom, o Natal já está todo planejado. A gente tem uma parceria grande com as entidades empresariais da cidade, a CDl vai ser o nosso grande parceiro, junto com outras entidades, para o Natal, totalmente programado. O Réveillon deste ano já está 80% planejado. Então nós vamos ter um grande Natal e um grande Réveillon na cidade, porque a nossa próxima temporada de verão começa já em novembro deve ser a maior de toda a história. É um fato: só em termos de turistas internacionais o nosso aeroporto já é o terceiro mais movimentado do país, então nós podemos esperar muita gente aqui para o verão. Mas nós vamos preparar a cidade para nós que moramos aqui, porque se for bom para nós, vai ser bom para o turista.
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