A torcida do Criciúma já está acostumada com um time que tem tudo, menos estabilidade. Quase todo ano, a situação se repete: ou o Tigre está no topo da tabela brigando por título, ou está na rabeira lutando para não cair. Para quem busca fortes emoções, o Criciúma é o time certo para torcer.
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Da mesma forma como é o time catarinense com mais títulos nacionais, o Tigre também tem uma história repleta de episódios de superação menos nobres, mas igualmente importantes. Um fator é comum a todas as vezes que o Criciúma escapou de um rebaixamento: o apoio da torcida. Mesmo frustrada e impaciente com algumas campanhas abaixo das expectativas, no fim das contas a massa carvoeira sempre está lá para ajudar o Tigre a se levantar, sacudir-lhe os joelhos esfolados e afiar as garras para salvar o fim do ano.
Confira as cinco vezes em que o Criciúma mais precisou de superação para escapar do rebaixamento.
#5 – Série B em 2018
Foi o pior começo de temporada da história do Criciúma: o primeiro ponto só veio na sexta rodada e a primeira vitória, na oitava. Com a chegada do técnico Mazola Júnior para substituir Argel Fucks (que teve o mérito de livrar o Tigre do rebaixamento no Catarinense), o Carvoeiro embalou, fez um campeonato de recuperação digno de time que briga por acesso e, apesar de alguns altos e baixos, conseguiu se garantir matematicamente na segunda divisão faltando duas rodadas para o fim.
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#4 – Série A em 2013
Campeão catarinense, o Tigre passou a maior parte do Brasileirão de 2013 se esperneando contra o rebaixamento. Vadão, Sílvio Criciúma e Argel Fucks passaram pelo comando carvoeiro na competição nacional. Nas rodadas finais, Argel segurou as rédeas e comandou uma arrancada que garantiria o Tigre na elite do futebol brasileiro por mais um ano. Na última rodada, porém, a situação ficou dramática.
O Criciúma havia perdido por 3 a 0 para o Botafogo e dependia de uma vitória do Atlético Paranaense diante do Vasco da Gama, em Joinville, para que o time carioca caísse para a Série B no lugar do Tigre. Em um jogo marcado por muita confusão entre torcedores, o Furacão despachou o Vasco por 5 a 1, com Paulo Baier, ídolo do Tigre, abrindo o placar para os atleticanos.
#3 – Série C em 2009
No pior ano do Criciúma em competições nacionais, o Tigre chegou à Série C como favorito para já retornar à B. Mas o começo da competição mostrou que a disputa da terceira divisão seria complicada. Num grupo com Brasil de Pelotas, Caxias, Marília e Marcílio Dias, o Criciúma lutou até o fim para não ficar na última posição e escapar da Série D – que começaria no ano seguinte.
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O confronto direto contra o rebaixamento foi contra o outro catarinense do grupo, o Marcílio Dias. No turno, o time de Itajaí se deu melhor ao vencer por 4 a 1 em pleno Heriberto Hülse. O gol carvoeiro foi marcado por Cleverson, no único jogo dele com a camisa do Tigre. No returno, Criciúma e Marinheiro voltaram a se enfrentar e só a vitória interessava ao time do Sul.
O confronto teve dois expulsos de cada lado. O goleiro Pedro Paulo fez três milagres e salvou o Tigre, até que o volante Glaydson, após boa jogada individual, garantiu a vitória salvadora por 1 a 0, com gol aos 41 do segundo tempo.
Apesar de marcado como o grande confronto decisivo daquele ano, o campeonato ainda teve mais três rodadas. O Tigre venceu o Brasil de Pelotas em casa por 3 a 2, com mais um gol de Glaydson no fim de jogo. Depois, foram duas derrotas, para Caxias e Marília.
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Já o Marcílio perdeu todos os confrontos e acabou rebaixado. A única vitória do time de Itajaí na competição foi aquela contra o Criciúma no Majestoso.
#2 – Série A em 1996
Carlos Henrique era um jogador de 19 anos que morava no estádio Heriberto Hülse e tinha acabado de ser promovido ao time principal. Sentindo uma lesão muscular, chegou a ser dúvida para o último jogo do time na Série A em 1996, fora de casa, mas o técnico Sérgio Cosme, de última hora, resolveu incluir o “Flecha Negra” na lista de relacionados. O Criciúma dependia apenas de si para não ser rebaixado, mas a missão era dura: derrotar o Atlético Paranaense, quarto colocado, na casa do adversário. Se conseguisse, não poderia ser ultrapassado pelo Bahia e nem pelo Fluminense, então no penúltimo lugar.
Do banco de reservas, Carlos Henrique viu o Atlético abrir o placar logo no primeiro minuto de jogo, com Paulo Rink, e o Tigre empatar com Marcão logo depois. Aos 17 do segundo tempo, o técnico Sérgio Cosme chamou o atacante para entrar no lugar de Índio Mineiro, que fazia atuação apagada.
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Carlos Henrique entrou e, menos de cinco minutos depois, fez o gol da vitória tricolor, ao receber bom passe do lateral Gilson, invadir a área e finalizar com força. No fim do jogo, o atacante sentiu a coxa e precisou ser substituído, mas a missão estava cumprida.
#1 – Série B em 2001
No ano que antecedeu o título do Criciúma na Série B, a permanência na segunda divisão foi dramática. Divididos em dois grupos de 14 times cada, o regulamento previa que os dois últimos de cada grupo seriam rebaixados. Os times que ficassem em 11º e 12º disputariam uma repescagem. Após terminar em 12º lugar no grupo B com 30 pontos, o Criciúma lutou contra o descenso em um duelo de ida e volta contra o Sergipe, 11º colocado no grupo A.
O primeiro confronto foi em Criciúma. Os comandados do técnico Cuca saíram na frente com Mahicon Librelato, ainda no primeiro tempo. O atacante do Tigre marcou o gol logo depois de ter deslocado a clavícula em uma dividida (e é por isso que essa vitória está no lugar mais alto do pódio). Ele comemorou o gol enquanto era atendido pelos médicos. Mahicon acabou substituído e desfalcou no jogo da volta. O Sergipe chegou a empatar no começo do segundo tempo, mas o Criciúma consolidou a vitória por 3 a 1 com gols de Ernestina e Cristian.
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Na volta, em Aracaju, com os dois times desfalcados dos principais jogadores (Mahicon Librelato com a lesão na clavícula e Nilson Sergipano expulso no jogo anterior), o Tigre segurou um empate em 0 a 0 que garantiu a permanência.
Veja a tabela da Série B do Brasileiro
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