Tempo de Amar (RBS TV, 18h15min) estreia nesta terça-feira com ares de novelão. Em um dos papéis principais, está o veterano Tony Ramos, que interpreta José Augusto, o pai opressor e autoritário da mocinha da história, Maria Vitória.
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Mais um personagem com carga dramática forte que vai para o currículo de Tony. Em Vade Retro, ele encarnou o diabo Abel Zebu.
Em um papo na festa de lançamento da novela, em 29 de agosto, na confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro, Tony garantiu que não leva personagem para casa e dá a receita para se livrar do peso dos seus personagens.
O seu personagem, José Augusto, que vai ser aquele pai dominador, tem muito a questão da ganância. Você acha que isso remete à realidade de hoje? Qualquer época, se você analisar a ganância da corte francesa de Luís XIV, Luís XV, vai criar analogias com os tempos de hoje. Onde houver ganância desmedida pelo poder, pelo dinheiro, você cria analogias em qualquer época.
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O telespectador vai fazer essa referência até pelo cenário atual?
Sempre fará, sempre fará. Quando eu fiz Primo Basílio (minissérie de 1988), que se passava no século 19, havia analogias com a época de quando foi exibida.
É um tema (a ganância) sobre o qual você acha pertinente voltar a falar?
Mas, principalmente falar de amor, do amor ao próximo, de repensar o que é amar. Daí é tempo de amar!
Em Vade Retro (série que foi ao ar neste ano), seu personagem era denso.
Contemporâneo! Discutindo justamente a ganância e o poder, porque o diabo está dentro de cada um de nós. Depende de como cada um doma a sua ambição e a sua ansiedade pelo poder.
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… o diabo está dentro de cada um de nós
E, agora, você entras em outro personagem que também tem isso: a ganância. Fica pesada para o Tony essa carga dramática?
Ah, pesado, nada! Nada que um macarrão e uma boa taça de vinho não curem! Só fico cansado das horas seguidas de trabalho, mas o personagem fica lá, no camarim. Jamais eu levo isso pra casa. Jamais é jamais!
Ah, pesado, nada! Nada que um macarrão e uma boa taça de vinho não curem!
Como é que está sendo pra ti contracenar com a nossa gaúcha Vitória Strada, uma galera nova? Ela é bem-vinda. Isso é importante, você criar essa respiração nova. Eu também comecei (cedo), eu comecei com 14 pra 15 anos, são todos bem-vindos. O importante é a disciplina, estudar seu texto e, principalmente, respeitar o público. E eles aqui fazem isso divinamente bem.
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Quantos anos de carreira?
Cinquenta e três anos, 53 e três meses. Eu faço questão dos três meses.