Em comemoração aos 40 anos de história, os Titãs chegam em Santa Catarina nesta semana com o show Trio Acústico, uma apresentação intimista que reúne músicas clássicas da banda. O grupo se apresenta em Florianópolis, Joinville e Blumenau de 3 a 5 de junho. Tony Bellotto, um dos três integrantes da formação original do grupo ao lado de Branco Mello, Sérgio Britto, concedeu entrevista exclusiva ao Diário Catarinense.
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Antonio Carlos Liberalli Bellotto, mais conhecido como Tony Bellotto, 61 anos, é guitarrista e compositor dos Titãs. Além de música, ele também é escritor, com obras de destaque publicadas. O artista falou sobre os novos projetos da banda, a importância da música como porta-voz da política e o amor do grupo por Santa Catarina.

Confira a entrevista:
Como você enxerga esse momento de retomada para o setor de shows e eventos. Público está sedento por programações?
Sem dúvida. Está um momento bem efervescente. Eu não sei, devido à crise econômica, até quando o público vai conseguir comprar tantos ingressos, mas os shows têm tido um bom acesso de público. Então está sendo um momento bem celebrativo, como se fosse uma volta à vida.
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São 40 anos de história – é uma vida. O que faz vocês seguirem? E o que vem pela frente?
Quando você fala 40 anos, eu falo “nossa, já passou tanto tempo”. Até eu fico um pouco assustado. Acho que a gente tem muito um espírito de cada dia, é um novo dia. Esse amor pela profissão, essa vontade de se superar é o que nos mantém criativo e vivo.
Esse show que a gente vai levar para Santa Catarina, foi o último trabalho que a gente lançou, um pouco antes da pandemia. Então não conseguimos fazer muitos shows, e agora estamos fazendo. A gente também está preparando um disco novo de músicas inéditas. Estamos em um momento muito criativo.
O que mudou na banda, fora os integrantes (já foram em nove, hoje são cinco), desde o início até agora?
Muita coisa mudou. Como você disse, vários integrantes saíram. Teve a morte do Marcelo Fromer, que foi muito dolorosa. Mas o espírito dos Titãs, a essência do que a gente sempre foi permanece. Eu acho que é isso que o público reconhece. O público vai aos nossos shows em busca daquela vibração, daquele estilo que começamos a criar em 1982 e continuamos até hoje aprimorando essa música.
Não é à toa que a gente abre esse show em Santa Catarina, o Titãs Trio Acústico, com Sonífera Ilha, que é o nosso primeiro sucesso. Uma música que a gente gravou em 1984, que até hoje é muito representativa do que a gente faz. É uma música que foi composta até antes de muitas pessoas do público terem nascido, mas as pessoas vibram com ela. A gente consegue também se comunicar com jovens, além do nosso público mais fiel.
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O que o público de SC pode esperar dos shows no Estado?
Apesar de ser um show acústico, que a gente faz em teatros — muitas músicas são com violão e piano — ele é um show muito vibrante. No final, tem a bateria e guitarra também. Fica aquela mesma vibração dos shows elétricos, com a vantagem de que a gente se dá o direito de conversar com o público, contar histórias da carreira.
Você tem uma veia de escritor e obras publicadas de grande destaque como Bellini e a Esfinge, tem algo sendo planejado?
Eu estou sempre escrevendo. Eu tenho um romance que está praticamente pronto. Logo devo mandar pra editora e espero que seja lançado esse ano, ou mais tardar ano que vem. O último romance que eu lancei, durante a pandemia, foi o Dom. Tem uma série da Amazon que logo terá a segunda temporada.
A música chegou a ser uma porta-voz da política, dos anseios dos jovens. Na tua visão, isso ainda acontece? Acredita que tem espaço para acontecer ainda mais?
Quando nós começamos, 40 anos atrás, a gente estava vivendo a redemocratização do Brasil. Saindo daquele período tenebroso da Ditadura Militar, em que as liberdades foram perseguidas, a democracia foi anulada. Então acho que a nossa geração do rock teve uma importância muito importante de dar voz aos jovens.
Eu sinto que agora a gente vive um momento conturbado politicamente também, com um governo que não cansa de ameaçar a democracia. Mais do que as bandas de rock, que era quando a gente começou, hoje em dia, os artistas de rap tem uma importância muito grande nessa colocação mais política das letras. A gente não vê isso nas músicas que fazem mais sucesso, mas existe sim muita gente se colocando politicamente, porque é um momento propício para isso.
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Está ansioso para vir a SC?
Muito! Eu gosto muito de Santa Catarina. Acho um estado muito agradável, com coisas muito únicas. Essas cidades de colonização alemã, como Blumenau e Joinville. Florianópolis é uma cidade maravilhosa, onde a gente tem muitos amigos. A gente tem histórias ótimas aí! Aliás, nos shows, a gente deve contar algumas.

Titãs Trio Acústico
Os shows ocorrem de 3 a 5 de junho em Joinville, Florianópolis e Blumenau. Integrantes do Clube NSC têm desconto de 20% para o show em Florianópolis e 25% em Joinville. Confira abaixo a agenda:
Joinville
Data: 3 de junho de 2022 (Sexta)
Abertura: 21h
Local: Teatro da Liga
Endereço: Rua Jaguaruna, 100 – Centro, Joinville/SC
Ingressos: acesse o link
Florianópolis
Data: 4 de junho de 2022 (Sábado)
Abertura: 20h
Início: 21h
Local: Teatro Ademir Rosa
Endereço: Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica, Florianópolis – SC
Ingressos: acesse o link
Blumenau
Data: 5 de junho de 2022 (Domingo)
Abertura: 19h
Início: 20h
Local: Teatro Carlos Gomes
Endereço: Rua XV de Novembro, 1181 – Centro, Blumenau – SC
Ingressos: acesse o link
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