Aprovado na tarde desta quarta-feira em Brasília, o tombamento do Museu ao Ar Livre Princesa Isabel, em Orleans, torna o espaço e seu acervo Patrimônio Cultural Brasileiro. A apreciação do pedido, iniciado há mais de três décadas, foi realizada na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), na capital federal. O museu no Sul do Estado preserva edificações, máquinas e a memória da imigração e colonização da região iniciada no final do século XIX.

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Em uma área de 20 mil metros quadrados, são 14 unidades que reproduzem o modo de viver, como eram realizadas atividades agrícolas e também maquinários do período pré-industrial. A construção do museu iniciou na década de 1970, e ele foi inaugurado em agosto de 1980. Das ideias do Padre João Leonir Dall’Alba, às mãos habilidosas do marceneiro Altino Benedet, foi o primeiro museu ao ar livre construído na América Latina.

No ano passado, mais de 13 mil visitantes passaram pelo espaço cultural, que é mantido pela Fundação Educacional Barriga Verde. Um antigo engenho de farinha de mandioca, oficinas artesanais, balsa, ferraria, entre outros processos, são movidos pelas rodas d’água, algumas originais retiradas de antigas casas e montadas no museu.

A proteção federal aprovada pelo Conselho Consultivo do Iphan valoriza a participação do imigrante europeu na formação do país, e sua contribuição para a diversidade de etnias e elementos que formam o patrimônio cultural nacional. Para a presidente nacional do Instituto, Kátia Bogéa, a aprovação do Conselho reforçará a campanha Patrimônio Cultural do Sul: Turismo Cultural.

— O reconhecimento do museu de Orleans não apenas aumenta a participação da Região Sul no Patrimônio Cultural, como reconhece a participação desses povos imigrantes na construção da Nação brasileira, com seus saberes, seus costumes e sua cultura — avaliou.

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A diretora do museu, Valdirene Böger Dorigon, diz que o espaço tem potencial para receber ainda mais visitantes, o que pode ocorrer a partir do tombamento e da visibilidade que o espaço deve ganhar. O acervo é riquíssimo e pode ser melhor aproveitado a partir desse novo momento, defende.

— O reconhecimento será um marco importante para o museu e para nossa cidade, pois tornará de relevância nacional esse que já um patrimônio do estado. Vai engrandecer o nosso trabalho e valorizar a história da imigração catarinense — afirmou.