Já estão em Porto Alegre os 11 gaúchos que estavam a bordo do navio de cruzeiro que naufragou na costa italiana neste sábado. No aeroporto Salgado Filho, os turistas foram recebidos com emoção por familiares.
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O segundo grupo de gaúchos, formado por cinco pessoas, desembarcou na Capital por volta das 10h40min deste domingo, pouco mais de uma hora após a chegada dos primeiros seis. No segundo voo, vieram Viviane Luz Scheffer, seu marido, Maurício Scheffer, os filhos Eduardo e Juliana e Daniel Bonow, namorado de Juliana.
Segundo Viviane, as férias da família foram frustradas, mas ela afirma que a tragédia poderia ter sido maior. Ela afirma que, antes de encalhar perto da ilha de Giglio, no Mar Tirreno, o navio Costa Concordia ia em direção à ilha.
A passageira relata que o momento de maior pânico após o acidente foi quando emperrou o sistema que baixava barco salva-vidas em que ela estava, mas depois disso tudo correu bem.
O marido de Viviane, Maurício, afirmou que, ao ser retirado do Costa Concordia, não imaginava a dimensão do acidente. Ele diz que o seu grupo acreditava, na hora, que tudo era apenas medida de segurança e que todos poderiam voltar ao navio mais tarde. Os passageiros acabaram surpreendidos pelo naufrágio.
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Primeiro grupo chegou cerca de uma hora mais cedo
Os primeiros seis turistas gaúchos chegaram ao Salgado Filho antes das 10h e foram recebidos com festa pelos familiares. No voo, vieram Luís Augusto Stumpf Luz, Lúcia de Mattos Leon Machado, Neiva Luz, Maria da Glória Lopes, Adriana Doll Luz e Thais Doll Luz.
Luiz Augusto, que viajou com a noiva, Lúcia, disse ter vivido “cenas de Titanic”, em referência ao naufrágio do famoso transatlântico, em 1912.
O grupo que chegou nesta manhã ao Salgado Filho veio até o Brasil saindo de Milão, na Itália. Os outros cinco turistas gaúchos partiram para São Paulo de Frankfurt, na Alemanha.
O alívio de saber que está tudo bem
Entre as pessoas que se reuniram no Salgado Filho está Maria Laura Bonow, mãe do passageiro Daniel Bonow, 27 anos. Ela conta que o filho fez contato por telefone três vezes, a primeira delas na sexta à noite, antes mesmo da notícia de que o navio tinha naufragado. No dia seguinte, ao ver as notícias e se dar conta das dimensões do acidente, Maria Laura se sentiu aliviada por ter falado antes com Daniel.
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– Isso foi importante, para manter um certo equilíbrio. Foi um alívio muito grande poder ouvir a voz dele – afirma ela.
Drama no mar
A bajeense Lúcia de Mattos Leon Machado, 28 anos, o noivo, Luiz Augusto Stumpf Luz e outros nove familiares dele estavam bordo do Costa Concordia, que naufragou na costa italiana.
Segundo o pai de Lúcia, Julio Machado, o grupo de gaúchos embarcou em Milão em um voo para São Paulo, de onde partem para Porto Alegre.
Lúcia é assessora jurídica da Procuradoria-Geral do Estado e está radicada há 10 anos na Capital. Ela relatou ao pai que foi uma das primeiras pessoas a serem resgatadas e foi levada à ilha de Giglio. Sem passaporte ou bagagem, quando ligou na manhã de sábado, ela estava no aeroporto de Savona aguardando autorização para o retorno.
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Segundo o Itamaraty, havia 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros no navio, entre as mais de 4,2 mil pessoas a bordo. Pelo menos três pessoas morreram e 40 continuavam desaparecidas até o final da tarde deste sábado.
O naufrágio
O navio Costa Concordia partiu na sexta-feira de Civitavecchia, na região de Roma, e faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas nas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo, conforme informações da assessoria de imprensa da Costa Crociere, empresa proprietária do navio.
Na noite de sexta-feira o navio se chocou contra uma rocha e encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, a cerca de 40 quilômetros do continente. O casco da embarcação quebrou, o navio virou e ficou parcialmente submerso. A empresa responsável pelo cruzeiro informou que o processo de evacuação e resgate começou imediatamente.
O navio levava 4.231 pessoas a bordo. Segundo o Itamaraty, os 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros que estavam no navio foram resgatados e passam bem.
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Em uma área de quase dois mil metros quadrados a cruzar o oceano, o Costa Concordia esbanjava luxo com quatro piscinas, 1,5 mil camarotes, 13 bares, cinco restaurantes, um spa de seis mil metros quadrados, pista poliesportiva e cinema, entre outras regalias.