A instalação do terminal tem deixado os moradores de São Francisco do Sul muito preocupados. Eles temem que o empreendimento destrua áreas de preservação. Como o senhor espera convencer e tranquilizar a população?
Continua depois da publicidade
Marcus Barbosa – Temos mantido conversas e apresentações para associações de classe e da sociedade civil organizada. Até a semana passada, foram 50 reuniões. Também estamos conversando com pescadores e moradores. Entendemos que existem dúvidas e que elas são naturais. Estamos tendo um cuidado especial com a questão ambiental. Foram elaborados todos os estudos técnicos necessários para definir qual é a melhor forma de desenvolver esse empreendimento, evitando e mitigando, tanto quanto possível, os impactos ao meio ambiente. Haverá uma série de compensações, como a garantia de preservação de áreas com iguais características de fauna e flora. Os benefícios do projeto são, principalmente, a oportunidade do impulso para a economia, com o aumento da competitividade de SC com a instalação, em médio prazo, de um porto multiuso de águas profundas.
Quantos empregos devem ser gerados na obra?
Barbosa – Teremos a geração de 3 mil empregos diretos e, devido às características de São Francisco do Sul, podemos avaliar que boa parte deles serão ocupados por profissionais da cidade. Para operarmos, o porto terá um novo acesso, que também poderá ser utilizado por toda a população. Será por pista de concreto e com ciclovias. Além disso, serão gerados cerca de R$ 359 milhões em arrecadação de ISS para o município até 2040. Todos ganharão com o Porto Brasil Sul. Será o futuro do município e o grande impulsionador da economia.
Qual é a origem dos recursos para a construção?
Continua depois da publicidade
Barbosa – São de um grupo de investidores vinculados à WorldPort Desenvolvimento Portuário S/A. Eles estão em linha com um projeto deste porte, que teve a sua viabilidade econômico-financeira estudada em profundidade.
A instalação de um empreendimento deste porte em uma região que não tem rodovia duplicada não é arriscada?
Barbosa – A WorldPort já é associada da Associação Empresarial e mantemos reuniões com demais empresas estimulando campanhas para manter as reivindicações para a duplicação da BR-280. Com mais um grande empreendimento, haverá mais força para exigir a duplicação imediata. É fundamental lembrar que o Porto Brasil Sul trabalha com o futuro. É um porto para estar em operação no começo da próxima década, quando, temos certeza, a questão da BR-280 já estará resolvida. E nós, como mencionei, teremos um acesso independente ao porto, não comprometendo as vias locais.
Como estão as análises das licenças ambientais?
Barbosa – A Fatma já recebeu nosso EIA/Rima. O próximo passo é a realização de audiência pública, em data ainda a ser definida.
Continua depois da publicidade
A baía da Babitonga já conta com dois grandes terminais portuários. Com essa expansão, a vocação turística da região será modificada?
Barbosa – A região é voltada para o turismo, para a atividade portuária, para o comércio, serviços, indústria. Limitar a uma única atividade não é sustentável a longo prazo. Nosso porto não irá causar prejuízo à atividade turística. A praia do Forte continuará apta ao banho e aberta aos banhistas. A linha de praia permanecerá igual,. Estamos na entrada da baía. Não iremos atrapalhar a movimentação interna e usaremos o mesmo canal de acesso já utilizado pelos portos. É importante lembrar que cidades com portos mantêm a vocação turística. Cito como exemplo Recife, Rio de Janeiro e Santos.
Com as autorizações e licenças ambientais em mãos, a construção começará imediatamente?
Barbosa – Assim que recebermos as licenças ambientais e demais autorizações necessárias, as obras terão início. Em média, serão seis anos de obras.