Começou o horário político obrigatório no rádio e na televisão. Eu não gosto muito de falar em eleição porque nem sempre há suficientes candidatos em quem se possa votar, mas li uma cartinha num jornal, a respeito, e achei muito interessante: “O horário político está de volta e os candidatos vão fazer, de novo, suas promessas. Mas eles terão o troco no dia da eleição”. Não é legal? O eleitor sabe que os políticos que querem se apoderar de mandatos e aproveitar a “boquinha” prometerão mundos e fundos sem a mínima intenção de cumprir e vão reivindicar para si inúmeras “realizações”. Tentarão ainda convencer o eleitor de que são a obra-prima da natureza. Mas ele, o cidadão, vai fazer valer o direito de escolha e seleção e quando chegar o dia da eleição não votará em nenhum deles. Se não houver nenhum candidato que mereça o seu volto, votará nulo.

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Isso me fez lembrar também que na semana passada caminhava eu pelo centro de Florianópolis quando passei por duas senhoras que conversavam sobre a eleição. “Pois não são todos corruptos? E a gente tem que votar neles!”, diziam elas.

Eu não as conhecia, mas não me contive e me postei ao lado delas, metendo-me na conversa: “As senhoras não são obrigadas a votar em ninguém. Se sabemos que os candidatos disponíveis não são bons, não são o que queremos para representar-nos, então não devemos votar neles. Se não houver ninguém em quem possamos votar, a única saída é anular o voto, pois só assim ele não vai valer pra ninguém e servirá de protesto para saberem que não estamos satisfeitos com o que está aí. Não existe aquela história de que precisamos votar em alguém de qualquer jeito para não desperdiçar o voto. Desperdiçar é votar em quem não merece”. Elas olharam pra mim, balançaram a cabeça e concordaram. E eu segui o meu caminho, de alma leve e lavada. As pessoas, todas, deveriam saber como funciona o sistema eleitoral brasileiro, um dos mais complexos do mundo. Mas não é interessante para os políticos, não é?