Todas as seis vítimas da chacina de Joinville, encontradas carbonizadas dentro de um carro, foram identificadas pelas autoridades após um mês do crime. Nesta sexta-feira (10), as identidades de cinco trabalhadores que ainda precisavam de confirmação foram comprovadas.

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Os cinco mortos que faltavam ser identificados são: Bruno dos Santos Sales, de 24 anos, Ivonei Wendler dos Santos, de 26, João Mário do Amaral, de 28, Daniel Marcolino de Lima, de 19, e Marcos da Silva Machado, de 30. Rivair Amaral Ribeiro, de 23 anos, já havia sido identificado na metade do mês de janeiro por meio de impressões digitais.

De acordo com o superintendente de Polícia Científica da Região de Joinville, João Leonardo Barneche, os últimos assassinados foram identificados por meio de testes de DNA com materiais coletados e cedidos pelas famílias das vítimas.

— Foi um processo árduo, muito minucioso. Mas nós temos profissionais de alto gabarito e conseguimos fazer essa identificação antes do prazo previsto — informou o superintendente.

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Com o esclarecimento da identidade das vítimas, os restos mortais poderão ser liberados para que as famílias realizem as cerimônias de despedida e possam ter um desfecho para a história. Até então, os cadáveres seguiam no Instituto Médico Legal (IML). Os familiares devem buscar os cadáveres no sábado (11), já que moram na cidade paranaense de Cruz Machado.

Veja quem são as vítimas da chacina de Joinville:

 Rivair Amaral Ribeiro, de 23 anos, foi o primeiro a ser identificado (Foto: Reprodução/Redes sociais)
João Mário Amaral (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Daniel Marcolino de Lima (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Tempo para identificar vítimas

Os corpos das vítimas não tinham prazo certo para a identificação. Kelly Ribas Lobato, diretora de análises laboratoriais forenses da Polícia Científica, explicou ao AN que a demora estava diretamente relacionada ao nível de degradação dos corpos, que foram carbonizados.

No caso de Rivair, que teve a identidade confirmada em 14 de janeiro, o trabalho foi realizado por meio das impressões digitais, já que as mãos estavam preservadas, ao contrário dos demais.

Para identificar os outros trabalhadores assassinados, portanto, há duas semanas, os familiares precisaram voltar à Polícia Científica de Joinville e fornecer mais materiais genéticos. Na última coleta, foram acionados familiares de primeiro grau, como pais ou filhos. Na falta dessas possibilidades, os irmãos foram chamados.

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Relembre o caso

As vítimas da chacina foram encontradas carbonizadas dentro de um Fiat Uno incendiado por volta das 10h de um domingo, 8 de janeiro, no bairro Vila Nova. Inicialmente, 10 vítimas que moravam na mesma casa, no bairro Morro do Meio, estavam envolvidas. Seis delas foram encontradas com os corpos queimados após uma possível discussão com moradores da região. O imóvel também foi incendiado pelos autores do crime. Três pessoas conseguiram escapar dos criminosos e um último morador da casa segue desaparecido.

Casa foi incendiada no Morro do Meio e o carro foi encontrado no Vila Nova

De acordo com o delegado Dirceu Silveira Júnior, da Delegacia de Homicídios, as vítimas eram de Palmas e Cruz Machado, cidades do Paraná, e trabalhavam em uma empresa terceirizada em Joinville.

Durante a noite de sábado para domingo, teria acontecido um desentendimento fora da casa entre uma das vítimas encontradas carbonizadas e um dos autores do crime, de acordo com o delegado. Horas depois, os suspeitos teriam voltado até o local e ateado fogo no imóvel, como forma de retaliação pela discussão.

No local, havia três carros pertencentes à empresa que foram usados para transportar as vítimas até uma estrada próxima ao fim da Rodovia do Arroz, no bairro Vila Nova. Foi onde um dos veículos, um Fiat Uno, foi encontrado carbonizado com as vítimas dentro por moradores, por volta de 10h de domingo.

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Em relação aos sobreviventes, o delegado afirma que eles também foram retirados da casa pelos agressores, porém, conseguiram fugir dos suspeitos em algum momento durante o trajeto para o local em que seriam mortos. Os três não ficaram feridos e retornaram para casa. Um deles segue desaparecido.

Em uma das últimas atualizações sobre o caso, o delegado responsável pelas investigações, Eliéser Bertinotti informou que, antes de serem carbonizados, um dos homens teria sofrido um corte profundo no pescoço, enquanto os outros cinco foram atingidos por tiros na região da cabeça, o que indica que os seis foram mortos antes do carro ser incendiado.

Até então, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de que entre oito a 10 pessoas cometeram a chacina. Até o momento, dois foram presos. Agora, a delegacia trabalha para prender os demais suspeitos do crime e encontrar uma das vítimas, que segue desaparecida.

 A reportagem do AN conversou com um dos responsáveis pela empresa que contratou os trabalhadores, que afirmou que já havia alugado o alojamento em outras oportunidades e que nunca havia tido problema com o local. Além disso, tanto ele quanto os familiares se chocaram com a violência deste crime, já que definem as vítimas como tranquilas, sem antecedentes de brigas.

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